quarta-feira, 9 de maio de 2007

Têm razão os índios chilenos

Têm razão os índios chilenos para reclamarem do pouco caso que se faz naquele país em relação à população autóctone, como gostam de serem chamados. Os Mapuche constituem a principal população indígena, com mais de um milhão de pessoas, a grande maioria morando nas cidades, especialmente em Santiago, onde vivem de diversas profissões.

Os Mapuche que ficaram nos campos ao sul são menos, mas muito destemidos. Querem o reconhecimento de seus territórios, que defenderam durante três séculos, até começarem a perdê-lo no final do século passado por conta de políticas liberais. Uns dois ou três anos atrás, o Chile conseguiu comprar de proprietários e demarcar uma área de 40.000 hectares para algumas comunidades Mapuche. Não sei quanto mais de terras eles têm.

Ao sul, já na pontinha do Chile, vivem algumas poucas comunidades de índios Alacaluf e Yahgan, em suas ilhas, com seu modo de adaptação tão peculiar. Sofrem muito pelo desprezo que recebem.

Não sei qual é exatamente essa política da Michelet. Vou procurar ler sobre isso e convido os leitores a fazer o mesmo. Depois podemos comparar com a situação no Brasil. Entretanto, só em saber que eles estão pedindo para o governo do Chile apoiar as Declarações Universal e Americana dos Direitos dos Povos Indígenas, como forma de fazer o Chile se comprometer com o reconhecimento dos territórios mapuche e os demais direitos sociais e políticos, dá para ver que a legislação chilena está muito atrasada. Para o Brasil, essas importantes declarações não acrescentarão tanto, pois nossa legislação, desde o Estatuto do Índio, já traz muito do que se pede em fóruns internacionais



CHILE
BACHELET É CRITICADA POR SUA POLÍTICA INDIGENISTA

SANTIAGO DO CHILE, 8 MAI (ANSA)- A organização indígena Conselho de Todas as Terras criticou a política para povos nativos, anunciada pela presidente chilena Michelle Bachelet ao qualificá-la como "totalmente insuficiente".
Quatro comunidades mapuches e o Conselho de Todas as Terras emitiram um comunicado no qual consideram "totalmente insuficientes" os anúncios do governo Bachelet sobre a política para os indígenas.
Os representante indígenas defendem que o governo "se esquivou completamente das recomendações da comunidade internacional" sobre esses temas, particularmente as referidas "Lei Anti-terrorista, leis setoriais e o sistema (eleitoral) binomial".
Os mapuches criticam o fato de que além de não comprometer o voto sobre a declaração dos direitos dos povos indígenas na ONU, Bachelet "também não fez referência sobre o Projeto de Declaração Americana dos Direitos dos Povos Indígenas da Organização dos Estados Americanos OEA".
"Reiteramos nosso convite ao diálogo para procurar a maneira que permita estabelecer um processo de reconhecimento dos direitos dos Povos Indígenas (que inclua) as terras, territórios, recursos do solo e sub-solo, participação política e o direito à autodeterminação", expressaram os mapuches. (ANSA).

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