quarta-feira, 9 de maio de 2007

Brasil não se impõe na ONU

Reportagem do jornal O Globo mostra o quanto o Brasil perde por não enviar representantes à altura para reuniões de alto nível sobre questões ambientais e sociais (inclusive que tratam da questão indígena). Só as questões econômicas é que são atendidas. Durante minha gestão na Funai fui a diversas reuniões internacionais sobre direitos indígenas e com isso a política indigenista no Brasil começou a ser vista e reconhecida como uma das mais favoráveis do mundo. Apesar dos pesares, que todos sabemos. Foi por causa de nossa intervenção que diversos artigos da proposta de Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas passaram e foram aprovados pelo Conselho de Direitos Humanos, em Genebra. É preciso que esse trabalho seja continuado e não desprezado por causa das críticas bobas dos arautos de uma moralidade rastaquera.

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Clima: Brasil não se impõe

País só enviou dois representantes à reunião da ONU


Um grupo de trabalho essencialmente político, em que os governos podem interferir na escolha das recomendações que serão feitas para gestores e executivos de todo o mundo. Assim a professora da Coppe/UFRJ Suzana Kahn descreveu a elaboração do relatório do IPCC divulgado na semana passada, no qual, segundo ela, a participação do Brasil poderia ter sido maior.

De acordo com a professora, a delegação oficial brasileira tinha apenas duas pessoas, enquanto outros países mandaram até 20 representantes, que podiam se dividir e participar das discussões sobre diferentes temas.

Os governos têm a possibilidade de mandar suas sugestões e pedir a inclusão ou a exclusão de itens do relatório. Mas no grupo sobre transportes, do qual a professora participou, não havia nenhum do Brasil.

- Isso mostra claramente que até o momento essa não é uma prioridade para o Brasil - lamentou Suzana.

Apesar das dificuldades, a Suzana acredita que o país conseguiu se posicionar em uma série de assuntos importantes. A maior vitória foi o destaque dado ao biocombustível como uma tecnologia capaz de reduzir o aquecimento global.

- Nesse ponto os países em desenvolvimento tiveram um papel muito importante, em privilegiar tecnologias que são mais adequadas a nossa realidade do que as tecnologias aplicadas à realidade americana, por exemplo - disse Suzana. (L.G.)

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