A notícia, vinda da Gazeta de Cuiabá, nomeia os índios Trumai que foram presos por sua conivência com o desmatamento do Parque Indígena do Xingu. Em comentário anterior, mostrei que esses índios, especialmente Ararapã, junto com seu genro, um índio Ikpeng, era quem impulsionava a vinda de madeireiros e se recusava a aceitar os pedidos para parar de fazer isto por parte dos principais líderes do Alto Xingu.
O Administrador de Cuiabá é um rapaz sério e conhecedor das coisas que se passam por toda essa região. E tem buscado convencer outros índios que cometem esse crime a pararem. Conseguimos de fato no caso dos Nambiquara da T.I. Sararé.
Naturalmente que a Funai vai defender os índios e em breve estarão fora da cadeia. Mas, ao menos, que isto sirva de exemplo para outros casos conhecidos, como no Maranhão e em Rondônia.
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Funai designa procuradores para defender índios
A Fundação Nacional do Índio (Funai) em Mato Grosso deve dispor dos procuradores do órgão para defender os seis índios da etnia Trumai, arrolados na denúncia do Ministério Público Federal e com prisão decretada pela Justiça Federal. Apenas três estão encarcerados em Sinop. São eles o cacique Ararapan Trumai, o filho dele, Maitê Trumai e Hulk Trumai. Os demais, Gaúcho Trumai, Itaqui Trumai e Mirim Trumai não foram encontrados pela PF.
O administrador regional da Funai no Estado, Carlos Márcio Vieira Barros, explica que o Parque Indígena Xingu (PIX) está sob a responsabilidade da administração central da Funai em Brasília.
"Eles devem mandar um advogado para representar os Trumai, mas se for necessário, um dos três procuradores do órgão no Estado pode exercer esse papel".
Barros comenta que esta não é a primeira vez que índios aceitam suborno para permitir crimes ambientais. Ele reconhece que muitos, como os Trumai, tinham consciência de que faziam algo errado.
"Antigamente, os índios, inocentemente, eram aliciados por madeireiros a admitir a exploração florestal ilegal e não eram presos. Hoje as coisas mudaram". Ele aponta que outras nações na região de Comodoro são coniventes com os crimes ambientais na região do Vale do Guaporé, próximo à fronteira com a Bolívia.
PIX - Em 2005 a área desmatada do PIX foi de 8 mil hectares, o equivalente a 40 mil metros cúbicos de madeira de lei, capazes de abastecer 2 mil caminhões. A área total do parque é de 30 mil metros quadrados e abriga 17 aldeias e dezenas de etnias.
O delegado executivo da PF, Antônio Maria Fonseca, ressalta que apenas os Trumai aceitavam o desmatamento ilegal na reserva indígena. (DS)
sexta-feira, 18 de maio de 2007
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