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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Índios Munduruku se manifestam contra usinas no Rio Tapajós

O povo indígena Munduruku, que vive no médio e alto Rio Tapajós, na sua belíssima terra com pouco mais de 2.000.000 hectares, vem de público se manifestar contra os objetivos do governo federal de criar uma série de hidrelétricas naquele rio e em alguns de seus afluentes.

A decisão é forte. Segue os termos da Carta Aberta dos Kayapó contra a Usina Belo Monte.

O fato é que os índios não aceitam mais imposições de desenvolvimento sem sua participação. Criar os empreendimentos e apresentá-los como fatos consumados não bate mais com a realidade indígena e sua consciência de mundo

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O grito dos Munduruku contra as barragens no Rio Tapajós

Local: São Leopoldo - RS
Fonte: IHU - Instituto Humanitas Unisinos
Link: http://www.unisinos.br/_ihu/ 



"Não somos peixes para morar no fundo do rio, nem pássaros, nem macacos para morar nos galhos das árvores.  Nos deixem em paz", clamam os índios Munduruku, em carta ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra a construção de cinco hidrelétricas na bacia do rio Tapajós.

Recebemos de Edilberto Sena, padre, coordenador da Rádio Rural de Santarém, a carta de protesto da etnia Munduruku ao Presidente da República contra a construção de cinco mega hidrelétricas na bacia do Rio Tapajós.  Segundo Edilberto Sena, que escreve do meio da floresta amazônica, (11 horas de voadeira e mais cinco de microônibus) "na Missão Cururu, entre os índios Munudukus, depois de dois dias de encontro sobre a desgraça do projeto Complexo Tapajós do governo Lula".  A carta, narra Edilberto Sena, foi elaborada "por vários jovens que concluíram a 8ª série escrveram e escreveram o esboço que voi corrigido pelo plenário de cerca de 150 pessoas e votado e assinado por vários caciques e lideranças".

Eis a carta.


Missão São Francisco do Rio Cururu 06 de novembro de 2009

Exmo.  Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva Exmo.
Senhor Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão e demais
Autoridades responsáveis pelo setor energético do Brasil.

Nós comunidade indígena, etnia Munduruku, localizada nas margens do Rio Cururu do Alto Tapajós, em reunião na Missão São Francisco, nos dias 5 e 6 de novembro, viemos por meio deste manifestar à vossa excelência nossa preocupação com o projetof ederal de construir cinco barragens no nosso Rio Tapajós e Rio Jamanxim.

Para quem vai servir?  Será que o governo quer acabar todas as populações da bacia do Rio Tapajós?  Se apenas a barragem de São Luis for construída vai inundar mais de 730 Km².

E daí?  Onde vamos morar?  No fundo do rio ou em cima da árvore?

Aximãyu’gu oceju tibibe ocedop am.  Nem wasuyu, taweyu’gu dak taypa jeje ocedop am.  (não somos peixes para morar no fundo do rio, nem pássaros, nem macacos para morar nos galhos das árvores.  Nos deixem em paz.  Não façam essas coisas ruins.  Essas barragens vão trazer destruição e morte, desrespeito e crime ambiental, por isso não aceitamos a construção das barragens.  Se o governo não desistir do seu plano de barragens, já estamos unidos e preparados com mais de 1.000 (mil) guerreiros, incluindo as várias etnias e não índios.

Nós, etnia Munduruku queremos mostrar agora como acontecia com os nossos antepassados e os brancos (pariwat) quando em guerra, cortando a cabeça, como vocês vêem na capa deste documento.  Por isso não queremos mais ouvir sobre essas barragens na bacia do Rio Tapajós.  Por que motivo o governo não traz coisas que são importantes para a vida dos Munduruku, para suprir as necessidades que temos, como educação de qualidade, ensino médio regular, escola estadual, posto de saúde, etc.

Já moramos mais de 500 anos dentro da floresta amazônica, nunca pensamos destruir, porque nossa mata e nossa terra são nossa mãe.

Portanto não destruam o que guardamos com tanto carinho.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Índios do Juruena bloqueiam rodovia MT-170

Desde domingo passado, mais de 300 indígenas de diversas etnias que vivem na bacia do rio Juruena bloqueiam a rodovia MT-170, entre Brasnorte e Juína.

São índios Enawene-Nawe, Cintas-Largas, Arara, Mynky, Irantxe, Kayabí, Apiaká, Munduruku, liderados por Rikbatsa que querem algumas respostas a perguntas e demandas que fizeram algum tempo atrás, e que não foram atendidas.

Querem mais informações sobre as pequenas hidrelétricas que estão sendo construídas ao longo do rio Juruena.

Querem compensação por prejuízos causados.

Querem atendimento melhor à saude, como acontece em todos os protestos coletivos indígenas.

Querem mais atenção da Funai no sentido de projetos econômicos.

Querem a demarcação de algumas terras indígenas, como Batelão, dos Kayabi, prometida e assinada pelo Ministério da Justiça mas depois silenciosamente revogada; e a ampliação de três outras, dos Mynky, Irantxe e Enawene-Nawé. Todas dificílimas de serem ampliadas.

Querem, enfim, ser ouvidos.

O governo Lula (isto inclui a Funasa, o MDS, o MMA) e a gestão atual da Funai têm tratado diversas situações desse tipo em banho maria. Falam, falam, mandam representantes, quando as coisas esquentam, recebem comitivas para negociar, fazem promessas e depois não conseguem cumpri-las.

Os Rikbatsa, outro dia, estavam na mídia como um povo que estava voltando a catar castanha-do-pará e tendo bons dividendos com isso. Também começavam a fazer borracha, uma atividade a que tinham sido forçados a aprender em outros tempos, no regime de barracão dos seringalistas. Mas estão insatisfeitos com muitas coisas. Há que se conversar com eles e não enrolá-los. Prometer fazer o que pode ser feito, envolvê-los nos problemas da Funai, estar junto com eles.

Só isso. Difícil ou não?

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Índios bloqueiam ponte e ameaçam incendiar postes de transmissão de energia em MS

MATHEUS PICHONELLI, da Agência Folha

Índios de nove etnias bloqueiam, desde domingo, uma ponte de uma rodovia de Mato Grosso e ameaçam derrubar e pôr fogo em postes de transmissão de energia elétrica.

Armados com arcos e flechas, eles protestam contra a instalação de pequenas centrais hidrelétricas na região do alto do rio Juruena. A ponte, na MT-170, fica sobre o rio Juruena, a cerca de 60 quilômetros de Juína (a 800 km de Cuiabá).

Segundo o índio Jair Henrique Rikbatsa, 300 pessoas participavam ontem dos protestos, mas a expectativa é que outras 700 pessoas cheguem ao local.

"Estamos sendo prejudicados, impactados e não recompensaram os prejuízos causados nas nossas comunidades", dizem os índios, em manifesto.

Os índios reclamam também da "falta de atendimento e assistência de saúde" nas aldeias indígenas da região. Exigem ainda que as prefeituras apliquem 40% do chamado ICMS Ecológico --parte do imposto que é destinada à preservação de áreas ambientais de municípios-- diretamente nas aldeias.

Com o bloqueio, o acesso a seis municípios da região ficou prejudicado: Juína, Castanheira, Cotriguaçu, Juruena, Aripuanã e Coniza. Os índios pedem a presença de representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis), das empresas de energia, governos estadual e municipais para deixarem o local.

A Funai informou ontem que um técnico será enviado ao local para verificar se alguma das obras, suspensas pela Justiça, estão em atividade. O órgão disse que "especialistas estão finalizando estudos de impacto ambiental nas terras indígenas da região".

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Munduruku querem vender farinha a granel

Notícia vinda do município de Jacareacanga, onde estão concentrados os índios Munduruku do rio Tapajós e dos seus belos afluentes. Suas duas terras na região, Sai Cinza e Munduruku, compreendem mais de 2,3 milhões de hectares, tanto de matas quanto de cerrados.

A Terra Indígena Munduruku foi homologada em 2004, e a visitei em comemoração a esse evento. Gostei muito de conhecer os Munduruku e participar de sua festa. Visitei também a aldeia onde está a missão franciscana mais antiga e permanente em terra indígena, agora já meio decadente.

A Terra Indígena Munduruku é a maior terra indígena homologada pelo Presidente Lula até agora. Raposa Serra do Sol tem 1,73 milhões de hectares. Mas, a Terra Indígena Trombetas-Mapuera, que iniciei a demarcação in loco no começo de fevereiro deste ano, terá 3,975 milhões de hectares.

O povo Munduruku é bastante conhecido de antropólogos pelo trabalho pioneiro de Robert Murphy, feito no fim da década de 1940. Constituem um povo guerreiro, que no século XIX somavam mais de 40.000 pessoas. Começaram a perder população ainda no século XIX, mas foi com a chegada da borracha em sua região que a queda populacional foi drástica. Só a partir da década de 1950 é que começaram a crescer. Hoje somam mais de 2.500 pessoas só os que vivem nessas terras mencionadas. Mas há outros mais vivendo no Baixo Tocantins e a oeste, em diversas terras no estado do Amazonas.

A criação dessa cooperativa se deve ao trabalho da Funai, em 2006. A coordenadora-geral de desenvolvimento comunitário, Rosana de Mattos, foi quem abriu a possibilidade dessa cooperativa, e eu a apoiei enviando recursos e pessoal para fazer casas de farinha. Espero que venha a dar resultados agora.

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Os indígenas da etnia Mundurucu, que vivem na aldeia Sai Cinza, no município de Jacareacanga, oeste do Pará, estão organizando uma cooperativa para exportar a farinha de mandioca produzida na aldeia. A iniciativa tem apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), que criou o projeto Farinha Mundurucu para estimular a manutenção das técnicas tradicionais da fabricação do produto.

O chefe do serviço de assistência da Funai, Ivanildo Viana Rocha, afirma que o projeto busca a integração das comunidades indígenas e a produção da farinha como fonte de recursos para as aldeias. "O projeto visa a integração das comunidades, porque você vai ter uma associação indígena visitando várias comunidades acompanhando o projeto", completa Ivanildo.
 
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