Em clima de Santo Padre no Brasil, transformemos a obrigação de não desmatar no 11º mandamento!
Matéria de O Globo trata da visão de um grupo de cientistas sobre o papel das florestas na preservação do meio ambiente e na diminuição do perigo de catástrofe nos próximos 50 anos. Já há várias sugestões para que o mundo ajude o Brasil e a Indonésia (que tem muita área de floresta que está em rápido processo de devastação) a preservar essas matas. Inclusive com dinheiro para substituir a retirada da madeira.
Pessoalmente, tenho conversado com diversas pessoas importantes na Europa e Estados Unidos que gostariam muito de ajudar os índios a manter suas florestas intactas. É possível que, em alguns meses, tenhamos alguns projetos prontos para serem discutidos com povos indígenas que gostariam de participar desse esforço.
As lideranças verdadeiras serão contatadas para isso porque esse tipo de projeto é de longa duração e só funcionará se tiver o apoio e a participação de toda a comunidade.
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Floresta dá mais lucro preservada
Cientistas propõem redução de 50% das queimadas até 2050
Ana Lucia Azevedo
Reduzir a queima das florestas tropicais é uma das formas mais baratas de combater o aquecimento global, principalmente para o Brasil, dono dos maiores estoques florestais da Terra.
Um estudo do grupo de Redução das Emissões do Desmatamento da Convenção de Mudanças Climáticas, publicado na "Science", mostrou não só os ganhos na diminuição de CO2 quanto indicou que mecanismos de compensação por proteção das matas - que não existem, mas devem ser criados pela convenção - trariam lucros para países em desenvolvimento.
Brasil e Indonésia, os dois maiores emissores do mundo de CO2 por queimadas, seriam beneficiados.
As queimadas respondem por cerca de 20% do C02 lançado na atmosfera.
O estudo estima que se o desmatamento for reduzido em 50% até 2050, seria possível eliminar 50 bilhões de toneladas de C02, o que representaria mais de 10% dos cortes necessários para manter as concentrações atmosféricas do gás em 450 partes por milhão, como recomendou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês).
- A meta de 50% de redução é perfeitamente viável para o Brasil. Para começar, a maior parte do desmatamento é ilegal. O legal não chega a cinco mil quilômetros quadrados por ano. Só com o combate da ilegalidade, poderia haver uma diminuição de 60% - diz Carlos Nobre, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe, um dos autores do estudo e membro do IPCC.
Nobre lembra que Brasil e Indonésia têm emissões per capita de CO2 maiores do que as da China, que este ano se tornará o maior poluidor do mundo.
- Quando se fala em aquecimento global e se leva em conta as emissões de queimadas, estamos muito mal - observa ele.
Ele destaca que o Brasil tem 650 mil quilômetros quadrados desmatados e subaproveitados pela agricultura e a pecuária. Aproximadamente 17% das florestas da Amazônia já foram destruídas.
- Se essa área fosse melhor aproveitada, seria possível produzir cinco vezes mais sem desmatar um milímetro.
O desmatamento no Brasil agrega muito pouco em desenvolvimento social.
Precisamos encontrar e implementar um novo modelo para a Amazônia - frisa.
Ele destaca que tem sido difícil coibir as queimadas no país e que a área desmatada caiu ano passado, em parte, porque o preço da soja no mercado internacional e da carne no nacional, também diminuíram. Com isso, foi menor a pressão por novas áreas de plantio e pastagem na Amazônia.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
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