terça-feira, 29 de maio de 2007

Última notícia sobre a origem da agricultura nas Américas

Acho que essa notícia é interessante. O milho foi, talvez, o primeiro cultígeno dos indígenas das Américas. E tudo indica que foi domesticado no Planalto Mexicano. Já se sabe disso desde a década de 1960, mas sempre é bom ler sobre as últimas notícias e confirmações.

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Milho pré-histórico


Agência FAPESP – Quando começou a agricultura nas Américas é um debate longo e cujo momento exato a cada nova descoberta se torna mais antigo. Depois que em fevereiro cientistas canadenses levaram a origem a 7,8 mil anos atrás, um novo trabalho indica que o plantio de culturas teria começado mais cedo no continente.

Um grupo de pesquisadores liderado por Dolores Piperno, do Instituto Smithsoniano de Pesquisas Tropicais, no Panamá, identificou sinais de cultivo de milho no sudoeste do México, em região localizada entre a capital federal e Acapulco, há pelo menos 8 mil anos.

Os pesquisadores vasculharam três lagos e um pântano em busca de sinais de fósseis de plantas em sedimentos com até 17 mil anos. Há cerca de 10 mil anos, depois da última era do gelo, houve um aumento na temperatura e no índice de chuvas, resultando no enchimento dos lagos.

“Mudanças ecológicas intensas estão ligadas à origem da agricultura em diversas regiões do mundo, inclusive nas Américas. O México foi um dos grandes centros mundiais para a domesticação de plantas e, entre as diversas culturas com as quais contribuiu, nenhuma é de interesse maior para os cientistas do que a do milho”, destacam os autores em artigo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista (Pnas).

Os cientistas também localizaram, em florestas em torno dos lagos, sinais de cultivo de abóboras e de áreas que teriam sido limpas há cerca de 7,2 mil anos para o plantio. Nos locais examinados, foi encontrada ainda evidência de locais de secagem de produtos agrícolas com entre 1,8 mil e 900 anos, período que coincide com o declínio da civilização maia.

Segundo o estudo, a secagem extensiva não se limitou à região dos maias e teria tido conseqüências importantes para outras sociedades pré-históricas. Os resultados do estudo também reforçam trabalhos anteriores que indicam que florestas tropicais secas – e não úmidas – apoiaram a origem da agricultura nas Américas.

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