sexta-feira, 25 de maio de 2007

Índios Kayapó querem estradas

Índios Kayapó das aldeias Baú, Pykany e Mekragnotire protestam contra a construção de uma hidrelétrica no rio Curuá, abaixo de suas terras. O protesto foi feito através do fechamento da BR-163, no Km 17, perto da cidade de Castelo dos Sonhos. Sobre essa tal hidrelétrica, pouco se sabe. Note-se que a notícia está errada quando diz que o Km 17 fica próximo à divisa do Pará com Maranhão, quando devia ser ser Pará e Mato Grosso.

Quem deu licença para se fazer essa hidrelétrica? Afetará de que modo a Terra Indígena Baú, demarcada em 2004, mas ainda não homologada porque o MP contestou decisão soberana dos índios. Será mais um caso de PCH cujo licenciamento é feito pela Secretaria de Meio Ambiente do estado, sem reconhecer qualquer impacto em terra indígena? Pois certamente não passou pelos estudos da Funai.

Por outro lado, vale notar que o que os índios querem, aparentemente, como compensação, é a abertura de estradas e ramais da BR-163 para suas aldeias e luz elétrica. Nada mais.

A notícia dá como se Megaron estivesse presente, mas, segundo portaria do MJ, ele foi ao Japão representar os povos indígenas do Brasil numa solenidade em prol da Amazônia. É integração para os lados e para cima.


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Índios bloqueiam BR-163 no Pará
24 de maio de 2007 - 13h40

Mais de 200 índios de três etnias ocuparam a rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá) hoje pela manhã. Eles estavam acampados há três dias na usina de Curuá e passaram a ocupar também a estrada, segundo informações da Polícia Militar.

A manifestação começou com cerca de 100 índios ocupando a obra da usina na última terça-feira. Com a chegada de mais manifestantes, eles passaram também a ocupar a estrada. Segundo um funcionário da usina, as obras foram completamente paralisadas. 'Eles chegaram por volta das 11 horas, ocuparam a estrada e tivemos que suspender as atividades', explicou Nivaldo Silva.

Segundo informou a Polícia Militar, a situação está controlada. 'Não temos informação de nenhum conflito, mas estamos acompanhando tudo por telefone', disse o Major Nerys, comandante do destacamento da Polícia Militar em Castelo dos Sonhos.
A interdição acontece no KM-17 da rodovia, entre o distrito de Castelo dos Sonhos e a divisa do Pará com o Maranhão. Apenas ambulâncias são liberadas para circular na Santarém-Cuiabá.

Os índios das etnias Baú, Mecronotire e Piracanú reivindicam a abertura de estradas, atendimento médico e implantação de energia elétrica nas aldeias. Segundo a polícia, eles pedem também a demarcação das terras pelo Governo Federal. Entre essas áreas, foi construída a hidrelétrica de Curuá.

De acordo com informações do líder indígena Megaron, que atua junto com a Funai de Colíder, no Mato Grosso, o orgão que gerencia a situação, a fundação está ciente da manifestação e vai enviar ainda hoje um representante para o local. 'O administrador está sabendo de tudo e vai ao local. Primeiro tem que ouvir o que eles reivindicam e depois negociar para a saída', disse o indígena.

Os manifestantes se reuniram, ontem à noite, com alguns diretores da empresa Curuá Energia, responsável pelas obras da hidrelétrica de Curuá, onde está montado o acampamento. Depois de quase quatro horas de reunião, não houve consenso entre as partes, e os indígenas exigiram a presença do presidente da empresa Curuá Energia e de um representante do Governo Federal.

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