domingo, 6 de maio de 2007

Conselho Indígena de Roraima reage à liminar do STF

CIR afirma que os indígenas estão revoltados com decisão

Da Redação do jornal Folha de Boa Vista


Pela retórica parece que os índios que compõem o CIR vão reagir ao passo a trás dado pelo ministro Ayres Brito ao conceder liminar para os arrozeiros permanecerem na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Espera-se que os índios alinhados com os arrozeiros fiquem neutros nessa questão, pois já sabiam que os arrozeiros tinham que sair de suas terras. O CIR reconhece o papel dedicado do governo, e mais ainda da FUNAI, na expulsão dos arrozeiros, algo que eles frequentemente esquecem quando apelam para apoios internacionais. A decisão da FUNAI havia sido tomada ainda em março, quando mandei uma equipe da Diretoria de Assuntos Fundiários para depositar em juízo (já que não queriam receber) o dinheiro das avaliações de benfeitorias dos arrozeiros e demais posseiros e dar o prazo legal de 30 dias para sua saída pacífica.

O Conselho Indígena de Roraima (CIR) afirma que os indígenas estão revoltados com a decisão do Supremo de deixar os arrozeiros na reserva até a decisão final. O coordenador-geral do CIR, Dionito José de Souza, disse que uma assembléia geral está sendo confirmada para este final de semana para tentar verificar de que forma os índios vão lidar com a situação a partir de agora.

“O governo havia tomado uma decisão justa e tinha endurecido. Agora houve esse retrocesso. Vamos convocar as bases da Raposa, reunir e conversar. Queremos que seja revogada essa decisão”, disse.

O representante do CIR afirmou que não sabe se poderá conter os índios que querem a expulsão dos arrozeiros de qualquer maneira. “Tem índio afobado. Vamos trabalhar para que não haja violência”, afirmou.

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