quarta-feira, 30 de maio de 2007

Catarinenses contra a demarcação de terras indígenas

Continua forte a resistência de colonos, lavradores e políticos catarinenses contra as quatro portarias de demarcação expedidas pelo Ministro Tarso Genro no Dia do Índio. Várias matérias nos jornais de SC repercutem o movimento que está se formando em 16 municípios que são atingidos por aquelas medidas. O Ministro Tarso Genro devolveu à Funai a responsabilidade de, no prazo de 40 dias, repelir os argumentos apresentados por escrito ao MJ pelo Estado de Santa Catarina e pelos municípios afetados. Ainda há tempo para a Funai, mas os catarinenses não querem esperar.

Vejam esse artigo publicado no Diário Catarinense. O argumento é primário, mas o que chama a atenção é dizer que, em outras partes do Brasil os índios podem ter sofrido expulsões de suas terras, mas não em SAnta Catarina. Ora, é lá onde as terras indígenas são, proporcionalmente às populações indígenas, as menores do Brasil! Os índios do Santa Catarina foram os que mais sofreram com o esbulho de suas terras. Ou será que dá para comparar com o Mato Grosso do Sul?!

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Disputa por terra

AMÉRICO DO NASCIMENTO/ Presidente do Sindicato Rural de Chapecó

Ao determinar que áreas rurais ocupadas há dezenas de anos por agricultores no Oeste de Santa Catarina pertencem aos índios, o ministro da Justiça, Tarso Genro, não faz idéia do problema social que está sendo gerado. A assinatura das portarias autorizando a criação e a ampliação de reservas indígenas mostra que o governo desconhece e não procurou conhecer a realidade fundiária da nossa região. Mais de 500 famílias rurais, que vivem nas terras há 50, 60, 70 anos, estão em total situação de desespero. Não sabem como será o futuro, nem a quem recorrer. Esses produtores rurais sentem se desamparados e largamente prejudicados.

A revolta no campo é forte, principalmente entre aqueles que pretendem lutar com unhas e dentes pela manutenção de suas terras que servem como sustento das famílias. Não quero aqui discutir o direito do acesso à terra para os indígenas. Com certeza, em outros lugares, esses povos nativos sofreram injustiças e foram expulsos de seu hábitat natural, quadro que não se observa por aqui.

O importante nesse momento, repito, é destacar a crise social que uma medida equivocada como essa propaga na nossa sociedade. Exemplos ocorridos em alguns lugares, como em Linha Sede Trentin, onde dezenas de famílias foram obrigadas a abandonar suas propriedades sem receber as justas indenizações, não podem se repetir. O direito à propriedade para quem mora, trabalha e produz alimentos de deve ser respeitado. Na sexta feira, 1o de junho, os produtores rurais indignados com a decisão federal, se reunirão com líderes políticos, sindicalistas, empresários e outros apoiadores da luta em favor do direito da propriedade em um grande ato público em Chapecó. É a oportunidade de mostrar insatisfação e temor em relação ao que poderá vir pela frente.

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