A entrada da governadora do Pará no conflito entre invasores e posseiros na T.I. Apyterewa contra a homologação desta terra indígena pode ser boa, pode ser ruim. Ela precisa saber dos detalhes, conversar com os indigenistas que vêm acompanhando o caso, falar com o procurador Felício Pontes, e não se fiar nas opiniões dos políticos que já interviram várias vezes.
O caso já estava bem trabalhado pela Funai e pelo Incra, mas há interesse de grileiros que abocanharam grandes lotes de terras e que põem os pobres posseiros na frente da liça. Não há assentamento do Incra na área, mas os grileiros vão dizer isto. Temo pelos Parakanã.
Dois anos atrás, quando estávamos demarcando essa terra, foi duro. Os políticos se ouriçaram e vieram ao ministro Márcio Thomas Bastos, que passou a bola para mim. Não abrimos mão da demarcação, que foi feita no calor da intervenção federal após a morte da missionária Dorothy Stang.
Que a Funai mantenha a dureza necessária.
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Ana Júlia busca solução para conflito de Apyterewa
Agência Pará
BRASÍLIA - O governo do Estado do Pará e a Fundação Nacional do Índio (Funai) vão atuar juntos para solucionar o problema dos trabalhadores rurais que estão assentados na área da reserva indígena Apyterewa, em São Felix do Xingu, cuja demarcação foi homologada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril. A atuação conjunta foi acertada nesta quarta-feira (16), em reunião entre a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e o presidente da Funai, Márcio Meira.
A estratégia é buscar apoio de outros setores do governo Federal para ajudar a solucionar o problema, especialmente o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), responsável pela criação do assentamento e pela instalação dos colonos na área.
“Os agricultores que ali estão não são grileiros, eles foram assentados na área pelo Incra há mais de 15 anos”, lembrou a governadora. “É fundamental, portanto, que o Incra participe da solução do problema junto com o governo do Pará e com a Funai”.
Márcio Meira ressaltou que outros setores do governo Federal devem ser envolvidos na solução do problema, inclusive o Ministério da Reforma Agrária. “O que queremos é uma solução pacífica que assegure o direito dos índios e que atenda os trabalhadores rurais”, defendeu o presidente da Funai.
A terra Apyterewa, de posse tradicional e permanente do grupo indígena Parakanã, ocupa área de 773 mil 470 hectares. Na área há várias famílias de colonos, distribuídos em diversos assentamentos, entre eles, a colônia São Francisco, criado pelo Incra. Com a demarcação do território indígena, os trabalhadores rurais teriam que deixar a área, o que vem provocando a reação dos colonos.
Tanto os agricultores quanto a prefeitura de São Félix do Xingu e instituições representativas dos produtores rurais solicitaram à governadora que interceda para assegurar os direitos das famílias não-indígenas.
Segundo Ana Júlia, a reunião com o presidente da Funai é o primeiro passo em busca da solução. “Há vontade e determinação política para resolver o problema, e é nesse sentido que vamos continuar trabalhando”, garantiu a governadora.
quinta-feira, 17 de maio de 2007
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