segunda-feira, 28 de maio de 2007

Família protesta para não sair de Raposa Serra do Sol

Me admiro muito com os repórteres da Folha de Boa Vista, em Roraima. São bons. Veja o drama dessa matéria, os desencontros, as invencionices, as indisposições, e, sobretudo, a incapacidade do Incra em ajudar a Funai.


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Famílias de Normandia reclamam por estarem sendo pressionadas para sair

Preocupado com a pressão que está sofrendo por parte dos indígenas para deixar a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no município de Normandia, o produtor Raimundo Pereira, procurou a Folha para reclamar que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) alegou estar sem técnicos para fazer o trabalho topográfico da área em que deverá ser assentado.

O produtor, juntamente com as mais de 60 famílias que já foram indenizadas pelo Governo Federal, estariam aguardando apenas a realização desse trabalho técnico do Incra para deixarem a área indígena. Mas no Incra, teriam informado a ele, que não existia previsão para os técnicos voltarem a campo.

A maior preocupação desses produtores, segundo Raimundo Pereira, é que o prazo de 30 dias para sair da terra, após o recebimento da indenização, está acabando. Com isso, os indígenas da área estariam pressionando para sair quem recebeu a indenização, mas que continua no local.

Como forma de pressionar, segundo ele, os indígenas teriam cortado arame ao redor do seu sítio, roubando gado, galinhas. O produtor afirmou que procurou a Polícia Civil para registrar o fato, mas a alegação era que não podia entrar para resolver porque era terra da União e a competência seria da Polícia Federal, que também teria se esquivado, sob a alegação de falta de efetivo.

POSIÇÃO - Por meio da Assessoria de Comunicação, a superintendência Regional do Incra em Roraima informou que está realizando a contratação de técnicos para reiniciar o trabalho de levantamento topográfico. A previsão é que nesta semana os serviços sejam reiniciados.

O delegado do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI), Uziel Castro disse que ao contrário do que possa ter sido repassado ao produtor, esse tipo de crime é sim de competência da Justiça Estadual, por ser crime comum. Ele acredita ter havido um mal entendido.

Castro orientou que o Boletim de Ocorrência pode ser feito na delegacia de Normandia, que funciona há muito tempo, e conta com delegado, escrivão e agente para prestar qualquer tipo de atendimento. Ele assegurou que iria averiguar o fato para saber o que pode ter acontecido.

A equipe de Reportagem da Folha tentou falar no sábado com a Assessoria de Comunicação da Polícia Federal e com o delegado Ivan Herrero, mas os telefones celulares chamaram e caíram na caixa postal. Na Funai, o celular do coordenador Gonçalo Teixeira estava fora da área de serviço e a sede estava fechada.

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