quarta-feira, 16 de maio de 2007

Guajajara bloqueiam BR 226

Continua em forte ritmo o bloqueio da BR 226 feita por um grupo muito grande de índios Guajajara do Maranhão. A tática de fechar essa rodovia vem sendo usado por esses índios há quase 20 anos, e se intensificou depois que ela foi asfaltada em meados da década de 1990. Em muitos casos, é a única forma que os Guajajara da região vêem para protestar contra alguma coisa. Desta feita estão unidas as principais lideranças para protestar contra a decisão da nova administração da Funai de acabar com as unidades gestoras dos núcleos de apoio que servem a esses índios.

Foi uma temeridade desnecessária extinguir todas as unidades gestoras. Esse protesto é o mais forte, por enquanto. Mas, no Mato Grosso do Sul está igualmente contundente.

É provável que a direção da Funai tenha que recuar em relação a essa decisão. Talvez resolva reinstituir a Administração de Barra do Corda, no lugar dos dois núcleos. Mas aí terá que convencer aos dois líderes Guajajara, que são rivais entre si, para que se unam.

Tarefa difícil.

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Bloqueio de índios guajajara na BR-226 deixa cerca de 300 caminhões parados no Maranhão

Thayara Martins
Da Rádio Nacional da Amazônia


Brasília - Depois de oito dias de bloqueio em um trecho da BR-226 pelos índios da etnia Guajajara, cerca 300 caminhões de carga estão parados entre as cidades de Grajaú e Barra do Corda, no Maranhão. A informação é do presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Nordeste, Fetracan, Newton Gibson.

De acordo com os caminhoneiros autônomos, Vanderlei Lopes e Paulo Rogério, a situação é tensa. Vanderlei Lopes conta que somente o seu prejuízo já pode passar de R$ 500 mil. Os caminhoneiros afirmam que começa a faltar alimentos perecíveis nos vilarejos e cidades próximas ao bloqueio.

Desde o dia 8, os Guajajara interditaram a rodovia para reivindicar a reabertura da administração da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Barra do Corda. Os cerca de 400 indígenas que estão no local também ameaçam incendiar as torres de transmissão de energia, localizadas a 50 quilômetros da cidade, caso não tenham as reivindicações atendidas.

Segundo o líder da transportadoras, além do prejuízo dos caminhões parados, os profissionais enfrentam outros contratempos. "O problema não é só o caminhão parado, são [as ameaças] de saque, e a deterioração do produto que está sendo transportado”.

Gibson disse que o seguro não cobre esses casos, que considera “fortuitos ou de força maior”. “Quer dizer, isso, leva até à falência de determinadas empresas que não tiverem condições de repor esse produto para o embarcador".

De acordo com a assessoria da Funai, para resolver o impasse, o presidente da fundação, Márcio Meira, viajou à região, na última sexta-feira (11). A intenção era negociar com os manifestantes, mas os líderes indígenas se recusaram a se deslocar até a cidade para uma reunião.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Maranhão, Inácio Castro, explicou que a estrada só pode ser desbloqueada por uma ação da Justiça ou um acordo entre a Funai e os indígenas. Segundo ele, a Polícia Rodoviária aguarda uma decisão para desobstruir a BR- 226.

"Nós estamos aguardando um pronunciamento do governo federal, da Funai, do Ministério da Justiça, mas também estamos preparados para atender qualquer decisão judicial, no sentido de desbloquear a rodovia"

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