Mais uma notícia sobre malversação de verbas da Funasa. Desta vez vem da Câmara Federal onde alguns deputados querem intervir no assunto.
Será que a Funasa vai continuar na mesma batida, ou vai melhorar?
Uma semana antes de sair da Funai fui conversar com o novo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que foi meu colega subsecretário no governo do Rio de Janeiro (1991-1995), e o alertei sobre os problemas da Funasa. Não especificamente sobre o seu quadro e seus administradores, mas sobre sua filosofia e visão de trabalho em relação aos povos indígenas.
Trabalhar com povos indígenas requer vocação individual e esprit de corps por parte de qualquer órgão, agência, ou Ong. Muitos funcionários da Funasa têm vocação, mas a Funasa, como órgão, nunca criou esse espírito.
Quem o tem é a Funai, pois qualquer pessoa que entre no seu quadro em pouco tempo já vivencia esse espírito.
Sugeri ao ministro Temporão que, junto com o ministro da Justiça, fossem ao presidente da República para promover uma aproximação muito forte, se não uma união formal, dos dois órgãos, sob a mesma batuta, para trabalhar a questão da saúde indígena. Fui mais adiante e disse que a Educação deveria estar no mesmo nível de relacionamento.
Espero que minhas ponderações não tenham caído em ouvidos moucos.
Eis a lamentável notícia, que, em sua manchete fala em denúncia contra a Funai, mas a matéria não trata nada disso. Mais um preconceito á toa contra a Funai:
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Comissão debaterá denúncias contra Funai e Funasa
Agência Câmara
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle realizará audiência pública para esclarecer denúncias de desvio de recursos destinados à saúde indígena no Maranhão e de mortes de crianças índias por desnutrição, no Mato Grosso do Sul. O debate foi solicitado pelo deputado Sebastião Madeira (PSDB-MA) e aprovado ontem.
Sebastião Madeira cita duas reportagens publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo. A primeira, de 3 de março, divulgou relatório da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que apontou a desnutrição como causa das mortes de seis crianças indígenas guaranis e caiuás de até dois anos de idade, em Mato Grosso do Sul, em janeiro e fevereiro deste ano.
Segundo o texto do jornal, a desnutrição apareceu entre as causas das mortes de 14 crianças guaranis e caiuás de até quatro anos em todo o ano de 2006. No ano anterior, foram 27 casos.
Cooperativa de táxi
A segunda reportagem, publicada em 26 de março, revela que a coordenação regional da Funasa no Maranhão pagou R$ 4,5 milhões em 2006 à Coopersat, cooperativa de táxi de São Luís, para o transporte de índios que fazem tratamento médico fora das aldeias e das equipes multidisciplinares de saúde indígena.
Segundo a reportagem, o valor gasto com táxi no Maranhão em 2006 foi maior do que o orçamento total da Funasa em 12 estados, entre eles São Paulo (R$ 3,83 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 3,99 milhões) e Paraná (R$ 3,01 milhões). O orçamento de 2006 total da Funasa do Maranhão, onde vivem 28 mil índios, foi de R$ 11,68 milhões.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
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