domingo, 27 de maio de 2007

General desconfia de Ongs na Amazônia

Veja a entrevista do General Maynard Santa Rosa sobre o que considera ser "descontrole" de algumas Ongs internacionais na tentativa de impor uma pauta de trabalho no Brasil. O General Maynard parece ser muito conceituado e tem uma vsião bastante equilibrada em relação ao papel das Ongs em geral, e de algumas Ongs em particular.

O fato da USAID estar financiando Ongs internacionais para influenciar as Ongs brasileiras já é conhecido de muitos anos. Tanto o ISA quanto a ACT recebem dinheiro da USAID para suas atividades na Amazônia. Essas e outras Ongs têm uma visão pós-ditadura militar e considera que o Estado brasileiro não é capaz de cuidar da Amazônia por si só. Agem com muita desenvoltura em diversas áreas indígenas, não somente à revelia da Funai, como o ISA, mas contra determinação da Funai, como esta ACT.

Entrevista General Santa Rosa

Há espionagem na região

O general Maynard Marques Santa Rosa, secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, é um dos mais antigos e experientes quatro-estrelas do Brasil. Aos 63 anos, já comandou sete unidades militares na Amazônia. Nos anos 1988 e 1989, fez o curso de Política e Estratégia do US Army War College, na Pensylvania, Estados Unidos. Foi lá, segundo conta, que detectou pela primeira vez os interesses estrangeiros pela Amazônia brasileira onde, por seus cálculos, existem mais de 100 mil ONGs de todos os tipos e interesses atuando sem que o Estado brasileiro tenha controle sobre elas. Há um mês o general prestou depoimento na Câmara e alertou os parlamentares sobre o risco desse descontrole.

Na sexta-feira ele reiterou a preocupação em entrevista ao Correio.

Por que o senhor considera arriscada a atuação de ONGs na Amazônia brasileira?

O risco é o descontrole sobre essas organizações. Protegidas pela Constituição, trabalham livremente sem que nossas instituições tenham competência para investigá-las. Acobertadas por essa proteção, defendem interesses ocultos das suas fontes de financiamento. Sabemos que existem ONGs prolíficas e com atuação humanística. Mas há outras que se prestam ao tráfico internacional de drogas, armas e até de pessoas, inclusive indígenas, além de lavagem de dinheiro. Algumas dessas ONGs, muito facilmente e de maneira barata, são utilizadas como instrumentos de captação de informações por organismos de inteligência estrangeiros, atuam na espionagem. Sabe-se disso porque os serviços secretos do Reino Unido e dos Estados Unidos têm trabalhado na área. Temos informações seguras sobre isso.

Até que ponto isso preocupa?

Posso garantir que se trata da compra da omissão de brasileiros para dificultar o desenvolvimento do país, a serviço de estrangeiros. A América do Sul, região que está à margem da faixa de intercâmbio comercial de interesse do Hemisfério Norte e ainda hoje é produtora de matérias primas e alimentos, agora é considerada como preservadora da ecologia do planeta. Isso esconde o interesse de manter sem exploração os minerais do subsolo brasileiro e controlar o imenso banco de biodiversidade e esta riqueza potencial que nós ainda não temos tecnologia para explorar. Então, o maior risco que eu vejo é o de impedir o desenvolvimento do Brasil.

O que o governo brasileiro pode fazer para ter mais segurança e transparência na relação com as ONGs?

Muito pouco, considerando as limitações jurídicas. Não podemos nem sequer saber o conteúdo dos interesses dessas organizações porque a lei não permite. A não ser que seja feita uma reforma constitucional que defenda os interesses do Brasil. O governo está de mãos atadas. A única coisa que se pode fazer é um trabalho de inteligência para a obtenção de informações. Acredito até que elas agem intencionalmente para fragilizar o controle do Estado sobre o território. Nós já alertamos às autoridades desde a Constituinte de 1988, mas fomos vozes clamando no deserto. Não estamos combatendo as ONGs como instituições, não podemos ser preconceituosos. O que alertamos e criticamos é o descontrole.

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