Matéria do Jornal do Commércio, de Pernambuco, diz que a Celpa religou a energia elétrica da Ilha de Assunção, dos índios Truká. Não sem antes os índios darem um acoxo em alguns funcionários e o Ministério Público dar as ordens em nome dos direitos dos índios.
Mas o problema permanece. Quem pagará os débitos anteriores? Certamente não será a Funai, que não tem nada a ver com pagamento de luz de casas de índios. Mas as empresas ainda acham que essas despesas devem ser pagas pelo governo.
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Celpe religa luz de índios
CORTE // Companhia decidiu retomar fornecimento de energia da tribo Truká depois que recebeu recomendação do Ministério Público
As 1,2 mil famílias da tribo Truká que moram na Ilha de Assunção, em Cabrobó, a 600 quilômetros do Recife, terão a energia elétrica religada na manhã de hoje. A direção da Celpe decidiu retomar o fornecimento depois de receber recomendação do procurador da República Sérgio Rodrigo Pimentel de Castro Pinto, do escritório do Ministério Público Federal (MPF) de Serra Talhada.
O fornecimento de energia foi cortado na segunda-feira pela manhã. A empresa diz que a suspensão foi motivada por falta de pagamento. A Celpe alega que a Fundação deve R$ 14,3 milhões.
No final da manhã de ontem, os índios chegaram a apreender o carro de quatro funcionários da Companhia Energética da Bahia (Coelba) - também do grupo Neoenergia, mesmo controlador da Celpe. Os trabalhadores tinham ido à Ilha de Assunção fazer manutenção da rede de alta tensão da companhia que corta a área. "Eles não ficaram presos, não ficaram amarrados. Seguramos só o carro para ver se a Celpe ou a Coelba tomavam alguma atitude. Mas ninguém ligou para os funcionários", disse o cacique Aurivan dos Santos, o Neguinho Truká.
Os trabalhadores da Coelba foram liberados no final da tarde. O cacique disse também que parte do arroz plantado pela tribo (que usa irrigação) já estaria morrendo. Os Truká têm aproximadamente 400 hectares plantados com arroz. Eles cultivam também feijão, cebola e frutas diversas. De acordo com a administradora regional da Funai, Estela Parnes, que se reuniu ontem à tarde em Serra Talhada com Sérgio Rodrigo Pimentel de Castro Pinto, o procurador da República informou que iria acionar a Celpe na Justiça caso a energia não fosse religada.
Representantes da Celpe e da Funai encontraram-se no final da tarde. Outra reunião acontecerá amanhã com a participação de índios e do procurador. A Celpe divulgou nota informando que "o objetivo do encontro é definir de quem é a responsabilidade pelo pagamento do consumo de energia dos indígenas". A nota diz que "as contas de luz não vêm sendo pagas desde 1984 e um processo judicial de cobraça se arrasta há mais de sete anos". Índios e Funai dizem que a energia não poderia ter sido cortada porque a companhia não cumpriu o acordo feito no ano passado com o MPF, que previa a instalação de medidores individuais nos prédios públicos e nas casas.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
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