terça-feira, 7 de agosto de 2007

Funasa reconhece dificuldade em trabalhar a saúde dos Guarani

Na verdade, o coordenador da Funasa em Mato Grosso do Sul está prevendo mais mortes entre crianças Guarani. Tem a honestidade para reconhecer a grande dificuldade de preservar a saúde dos índios.

É um começo. Mas é preciso encontrar os caminhos antropológicos para encontrar as soluções, evitar as mortes e manter a saúde. Há que se buscar novos antropólogos, porque os que trabalham com os Guarani estão viciados nas mesmas práticas que nunca deram certo.

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Coordenador da Funasa prevê novos casos de morte entre indígenas

Da AE - Campo Grande

O coordenador de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Mato Grosso do Sul, o médico Zelik Trajber, está prevendo novas mortes decorrentes da subnutrição entre as crianças indígenas da região sul do Estado. Trajber citou como primeiro ponto agravante a superpopulação nas aldeias, tendo como exemplo a Reserva Indígena de Dourados, onde quase 12 mil índios vivem em pouco mais de 3 mil hectares de terra. Além disso, a reserva está a apenas três quilômetros do centro da cidade, o que a torna vulnerável a problemas graves como a Aids, drogas e alcoolismo.

Sobre o quadro atual da saúde infantil, o médico informou que existem 40 indígenas menores de 5 anos internados no Centro de Recuperação da Criança Subnutrida em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, e pelo menos outros 40 na mesma faixa etária passam mensalmente pelo Hospital Universitário da cidade, provenientes de toda a região sul do Estado. "São quase 2.300 crianças atendidas pela Funasa. Desse total, 14% estão sob risco de desnutrição e 8% desnutridas".

Para Trajber, o mais preocupante não são as crianças internadas nos hospitais, mas as que estão vivendo entre as famílias consideradas sob risco, calculadas em 80 grupos somente no município de Dourados. "Essas famílias têm problemas graves, entre eles o pior de todos, que é o alcoolismo". O médico lembrou que a menina de dois anos da etnia kaiowás, falecida ontem (1), estava em estado de subnutrição e sua família se encontra entre o grupo de risco. "A menor vinha sendo assistida desde o nascimento, em maio de 2005, mas a mãe tirou várias vezes a filha do hospital".

Para ele, na medida em que aumenta o número de famílias do grupo de risco, os casos de doenças são modificados. "Em 2001 quando a Funasa assumiu a saúde indígena no Mato Grosso do Sul, principalmente em Dourados, a maioria dos casos de morte era por diarréia, subnutrição e pneumonia. De 2005 para cá, o quadro mudou para acidentes cardiovasculares, enforcamentos (suicídio), assassinatos e até Aids. Somente assassinatos foram registrados nove este ano. Sobre a Aids, são cinco ou seis casos em tratamento e três mortes de índios que chegaram contaminados na aldeia", alerta Trajber.

Para médico, a solução desses problemas é a implantação de sistemas que permitem a auto-sustentação das tribos, não coletivamente, mas por família ou grupos familiares

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