sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Garimpeiro também é ser humano

Essa matéria fala de um garimpeiro que se acidentou com um tiro de espingarda dentro do território venezuelano, provavelmente em terra yanomami, seus companheiros o trouxeram para o Brasil, dentro da Terra Indígena Yanomami, pediram ajuda da Funasa para sair para Rio Branco, que negou, passando a bola para a Funai, e só com os bombeiros é que o tal garimpeiro foi resgatado.

A família do garimpeiro vai acionar a Funasa por não socorrer um ferido. Será que alguém vai processar o garimpeiro resgatado e seus companheiros por invasão de território indígena?

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RESERVA YANOMAMI - Garimpeiro baleado é resgatado

Nonato Souza

José Fernandes foi ferido na perna esquerda

Depois de 15 dias ferido a bala na terra indígena Yanomami, o garimpeiro José Fernandes da Silva, 56, foi resgatado ontem pela equipe de salvamento aéreo do Amazonas, num helicóptero de combate da Força Aérea. Eles desceram na Base Aérea de Boa Vista por volta das 16 horas e em seguida o garimpeiro foi levado de ambulância até o Pronto Socorro Francisco Elesbão, onde foi internado.

José Fernandes foi ferido acidentalmente com um tiro de espingarda na perna esquerda no mês passado dentro de uma região de garimpo na Venezuela. Devido à dificuldade de atendimento no país vizinho, no mesmo dia alguns amigos iniciaram uma caminhada com ele dentro de uma rede por dentro da mata até entrar no Brasil. Na gruta Chico Velho, eles conseguiram contato via radiofonia com pessoas da República da Guiana que por sua vez mantiveram contato com os familiares do garimpeiro aqui em Boa Vista.

A família buscou ajuda na Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa), mas não obteve apoio, segundo Danusa Silva, filha da vítima.

“O resgate do meu pai poderia ter sido feito há uma semana, mas por falta de boa vontade e mais ainda por total desumanidade, a Funasa não autorizou seu resgate, apesar de ter um helicóptero próximo ao local onde ele estava, na região do Surucucus, alegando que trabalha exclusivamente com indígenas e que não teria como justificar a despesa alta”, disse. A família pretende acionar a justiça contra a Funasa por omissão de socorro.

O resgate só foi possível depois que o Corpo de Bombeiros pediu ajuda à equipe de salvamento aéreo da Amazônia. O helicóptero decolou de Boa Vista ontem por volta das 11h. Em pouco tempo o garimpeiro foi retirado de uma clareira aberta na mata.

FUNASA – Em resposta às acusações, o coordenador da Funasa, Ramiro Teixeira, esclareceu que a autarquia federal não se omitiu no caso e afirmou ter tomado conhecimento do episódio no dia 31 de julho através de ofício encaminhado pelo Corpo de Bombeiros e encaminhou ofício à Funai, para que esta tomasse as medidas necessárias, uma vez que é o órgão competente para acompanhar casos ocorridos em território indígena.

“Em nenhum momento a Funasa foi omissa. Trabalhamos dentro do que determina a missão da fundação, que é o atendimento à saúde indígena e de saneamento básico”, disse. “O acompanhamento de um não índio que aparece baleado em terra indígena é de competência do Ministério da Justiça, da Funai e da Polícia Federal”, afirmou.

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