A Estratégia Xavante

Amigos, queria falar com vocês sobre o vídeo que vi domingo à noite, na SBT, sobre a Estratégia Xavante.

Esse termo foi cunhado pelo autor do vídeo Jurandir Siridewê, um dos oito jovens índios Xavante que foram mandados por seu avô Apowên, na década de 1970, para viver entre os brancos para aprender suas coisas e depois voltar para suas aldeias para ajudar os Xavante a viver no novo relacionamento com o mundo. A Estratégia é o plano de Apowên, é sua intuição poderosa, é sua ousadia e coragem de arriscar para ganhar mais.

O vídeo é belíssimo, bem produzido, bem dividido em temas, com cenas da Terra Indígena Pimentel Barbosa e na cidade onde esses oito jovens viveram, Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Os oito jovens hoje são líderes em suas aldeias. Há entrevistas com todos e todos eles refletem sobre suas vivências e seus aprendizados com uma alegria e sabedoria imensas. As famílias que os receberam por anos também são entrevistadas e se percebe a alegria, a satisfação e o amor que eles tiveram e ainda têm por esses jovens.

Acho que este foi o mais interessante e profundo projeto que um povo indígena brasileiro já fez. Precisamos entendê-lo ainda mais. Precisamos ver esse vídeo e outros mais. Precisamos mostrar esse vídeo para outros povos indígenas, para as Ongs que vivem querendo que os índios virem raivosos e os estão levando a posições impossíveis.

Parabéns a Siirdiwê, a Suptó, a Paulo, a Tsetetó, a todos. Parabéns às famílias brasileiras de Ribeirão Preto que receberam esses meninos e os tomaram como filhos e irmãos, mesmo sabendo que eles voltariam para sua aldeias, como voltaram. Esse fato é o mais importante que já aconteceu na história brasileira de convivência consciente e amistosa entre pessoas indígenas e não indígenas.

Quem não viu esse programa, escreva para o SBT e peçam para ser reprisado. Peçam para ter uma cópia do programa, comprem-na se o IDETI, que produziu o programa, tiver para vender.

Alô, alô, Funai, Coordenação de Educação, compre esse programa e passem-no nas aldeias brasileiras. Ninguém pode deixar de vê-lo.