terça-feira, 14 de agosto de 2007

Funai tenta melhorar educação entre os Xavante

A educação escolar entre os índios brasileiros é, em geral, muito fraca. Há ilhas de competência num mar de ineficiência. Os índios passam de série em série e depois encontram muitas dificuldades para dar prosseguimento aos seus interesses acadêmicos. A coisa vai piorando na medida em que o Ministério da Educação aumenta o seu nível de retórica para se desculpar da irresponsabilidade que é deixar a educação indígena na mão dos municípios. Esse grupo que está encastelado no MEC, no setor indígena, pensa assim.

Já o pessoal da educação que ficou na Funai tenta de tudo para melhorá-la. Eles conhecem os índios, acompanham seu desenvolvimento, procuram cursos de reciclagem para professores, fazem o possível. Quando era presidente da Funai, fizemos diversos seminários para procurar melhorar, ao menos que fosse, a qualificação dos professores. Lutei para federalizar a educação indígena. O pessoal da Funai e muitos indígenas pensam assim. Mas o pessoal do MEC, na sua auto-suficiência retórica, coadjuvado por pedagogos irresponsáveis, mantém a educação à toa.

Por outro lado, há uma tendência de sindicalização dos professores indígenas, com a retórica do movimento indígena, sobretudo vinda pela influência da atual direção da Coiab. Só vai piorar as coisas.

A matéria abaixo mostra a Funai tentando articular as instâncias governamentais que fazem a educação indígena. É difícil, dada a parca condição econômica da Funai, mas é esta Coordenação Geral que consegue pôr a educação em marcha.

Os Xavante são um povo muito inteligente e esperto. Pensam coletivamente e agem coletivamente, mas também individualmente. Às vezes, se perdem em suas demandas, mas quase sempre têm razão. Esperam muito da educação, querem estar no mundo e influencià-lo. A educação formal para eles é essencial.

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Funai e povo Xavante discutem educação escolar indígena

Redação 24HorasNews

A Fundação Nacional do índio (Funai) realiza, a partir de segunda, uma série de reuniões com os Xavante para discutir a situação da educação escolar e, de acordo com as demandas, estabelecer prioridades, agenda de trabalho e encaminhamentos institucionais. Os encontros foram articulados, organizados e realizados pela Diretoria de Assistência, por meio da Coordenação Geral de Educação, em atendimento ao compromisso firmado com esses representantes no último mês de maio.

A primeira reunião será no dia 13, no município de Barra do Garças, envolvendo as aldeias das terras indígenas de Marawatsede, São Marcos e General Carneiro com um total de 70 participantes. Primavera do Leste será a sede do segundo encontro com a participação de representantes das aldeias de Sangradouro e Marechal Rondon. Canarana será a sede do segundo encontro com a participação de representantes das terras indígenas Pimentel Barbosa e Areões. Nas regiões de Campinápolis e Primavera do Leste os encontros serão realizados em outro período ainda não definido. Nessas reuniões participarão representantes da Secretaria de Educação do Estado, Secretarias municipais, representantes do Conselho de Educação Escolar Indígena do Mato Grosso e técnicos de Educação de Brasília e regionais da Funai e do Ministério da Educação (MEC).

Para Maria Helena Fialho, Coordenadora Geral de Educação da Funai, a importância dessas reuniões é garantir um espaço para que, de forma articulada e significativa, lideranças e professores Xavante possam discutir sobre a atual situação da Educação Escolar Indígena nas aldeias. Segundo ela, é importante que as instituições assumam compromissos com essas comunidades, garantindo a melhora da qualidade da oferta de educação nas aldeias, pelo menos no ensino fundamental.

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