Continuam os debates na conferência preparatória para a próxima reunião do IPCC, sobre mudanças climáticas.
A novidade nessa conferência, que vai até o dia 30 do corrente, é que os países industrializados estão pressionando o Brasil para diminuir sua emissão de gases do efeito estufa. Quer dizer, fazer políticas mais rígidas contra o desmatamento da Amazônia.
O Brasil protestou, o presidente Lula já falou, não quer saber disso e alega que o Protocolo de Kyoto, com validade (parcial, já que os Estados Unidos e China não assinaram) até 2012, prevê diminuição nessas emissões só para os países industrializados.
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Pressão antiaquecimento
Conferência reúne 150 países para debater mudanças climáticas
Representantes de 150 países, entre eles o Brasil, estão reunidos em Viena, Áustria, desde segunda-feira para discutir os efeitos econômicos das mudanças climáticas. A conferência, que vai até sexta, começa a esboçar também o sucessor do Acordo de Kioto, que visa à redução das emissões de gases poluentes até 2012. Um novo acordo deve ser firmado na próxima reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que vai ser realizada em Bali, Indonésia, em dezembro.
A pressão é para que países em desenvolvimento, caso do Brasil, se comprometam também a reduzir emissões. Ao lado de Índia e China, o Brasil não tem metas definidas de redução porque, na época em que Kioto foi firmado, o consenso era que só os países ricos deveriam pagar a conta do aquecimento do planeta, uma vez que calcaram todo o seu desenvolvimento, e sua riqueza, na queima de combustível fóssil.
Agora, no entanto, muitas nações ricas pressionam para que esses países sejam incluídos também.
- As mudanças climáticas já são uma dura realidade para todos nós e um obstáculo ao desenvolvimento - declarou o ministro do Meio Ambiente da Áustria, Josef Proell, ao receber os delegados. - Trata-se de um desafio que teremos que resolver em escala global. E não há tempo a perder.
EUA enviam representante
De acordo com um documento das Nações Unidas, que está sendo discutido durante a conferência, o mundo vai precisar gastar entre US$ 200 bilhões e US$ 210 bilhões para controlar o aquecimento global.
Para Yvo de Boer, secretário-geral da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), é chegado o momento de transformar palavras em ações.
- Tivemos muitos sinais animadores nos últimos meses - declarou.
Boer diz que a conferência de Viena vai ser uma espécie de indicador das reais intenções dos países em torno da elaboração de um sucessor para o Acordo de Kioto, revelando também o grau de comprometimento geral.- Os investimentos tradicionais devem ser direcionados a alternativas que levem em conta o impacto do aquecimento global - declarou.
- Se não conseguirmos fazer isso, os seus efeitos se tornarão ainda maiores e, no futuro, serão precisos mais recursos para lidar com as mudanças climáticas.
Criticado por ter se recusado a ratificar o Acordo de Kioto, o governo dos Estados Unidos enviou representantes a Viena. Em junho, George W.
Bush reconheceu que as emissões gases do efeito estufa devem ser reduzidas.
Segundo Harlan Watson, enviado americano a Viena, Washington ainda não sabe os números exatos dos cortes a serem feitos.
Yvo de Boer defendeu as nações em desenvolvimento, como Índia e China, que são acusadas de não agir para reduzir suas próprias emissões.
- A China prometeu aumentar sua eficiência energética em 20% nos próximos cinco anos - disse ele, criticando, porém, a construção de novas usinas térmicas a carvão.
Números recordes desde 2000
Bastam apenas mais algumas tempestades para que o verão de 2007 entre para a história da Inglaterra como o mais chuvoso do país. Ao mesmo tempo, essa foi a estação mais quente desde 1914.
No mesmo período, a Grécia teve um número recorde de incêndios em suas florestas causados pelo calor. A Austrália, país que também não assinou o Acordo de Kioto, teve índices nunca registrados de secas.
E a população da Índia sofreu com as mais intensas chuvas de monções da história daquele país.
Em 2003 a Europa foi atingida por uma onda de calor que causou a morte de 35 mil pessoas.A maior parte das vítimas era de idosos.
As mudanças climáticas registradas no planeta em 2000 foram responsáveis por cerca de 150 mil mortes, segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
terça-feira, 28 de agosto de 2007
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