Marcos Terena, o bravo índio-aviador e midiático, foi nomeado pelo governador do Distrito Federal gerente do Memorial dos Povos Indígenas.
Parabéns, Marcos. Esperamos que fomente na cidade a prática de eventos indígenas.
O Memorial dos Povos Indígenas é obra arquitetônica de Oscar Niemeyer e projeto intelectual de Darcy Ribeiro. Estava praticamente parado há anos. Quando presidente da Funai tentei trazê-lo para o órgão, mas o governador da época tinha um secretário de cultura muito cioso que deixou o Memorial às moscas.
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Índio no comando
Marcos Terena assume gerência do Memorial dos Povos Indígenas
GUILHERME GOULART Do Correio Braziliense
O índio crê no diálogo. Entende que a conversa e o debate são construtivos não só para a tomada de decisões. A linguagem é questão de sobrevivência. Mantém viva a identidade cultural de um povo que hoje não passa de 500 mil indivíduos em todo o País. E esse meio milhão de pessoas voltarão seus olhos para o Distrito Federal hoje e amanhã. Mais particularmente para o Memorial dos Povos Indígenas, onde, pela primeira vez, a administração ficará sob responsabilidade de um índio.
Mariano Marcos Terena, de 52 anos, será o novo gerente do monumento erguido em 1987. O piloto de avião, nascido na aldeia Taunay, na região do Pantanal sul-matogrossense, assumirá o cargo durante as comemorações do Dia Internacional do Índio, celebrado em 9 de agosto. De fala mansa e equilibrada, Marcos Terena, como prefere ser chamado, tem orgulho da posição alcançada, mas admite as dificuldades. "Minha tarefa é buscar recursos que hoje o memorial não recebe. O local também não é considerado uma entidade jurídica, o que não nos permite nem receber doações", afirmou.
O obstáculo, porém, não lhe tira o entusiasmo. Terena carrega sob o braço projetos e sonhos. Com idéias de convênios e parcerias, alguns deles se tornaram realidade. Aparecem no acervo recém-retocado, na conservação do prédio e no espaço dedicado ao programa Diálogo Indígena. O prédio amplo, que carrega os traços de um Oscar Niemeyer inspirado na arquitetura yanomami, ganhou um banco de areia tomado por tocos de madeira. Virou um espaço de discussões e apresentações culturais, uma das maiores apostas da nova administração como atrativo de público.
Terena disse ainda que acabará com a má fama do local. O monumento carrega a mística de que nenhuma iniciativa ali dá certo ficou 10 anos fechado e boa parte do tempo sem acervo.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
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