quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Índios da Terra Indígena Dourados estão se matando

Esta notícia está se repetindo. Nesta matéria o jornalista faz um balanço das mortes que aconteceram em Dourados desde abril deste ano. São crimes bárbaros. Só nos últimos dias foram dois crimes bárbaros cometidos na Terra Indígena Dourados. Alguma coisa está acontecendo que está fazendo os índios se matarem cada vez mais.

Já que o governo criou uma comissão interministerial para tratar especificamente dessa terra indígena, já que a Funai criou uma Administração, desfalcando outra em Amabai, por que não procura encontrar uma solução para isso?

Por que o CIMI não se manifesta com a solução?

Uma comissão de deputados acabou de passar por aí e a solução que trouxeram é de demarcar novas terras indígenas. Dizer é fácil, resta saber se vão conseguir fazê-lo. Há muito mais a fazer enquanto isso.

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Crimes bárbaros assustam índios em Dourados

Mesmo após a volta da Operação Sucuri, a violência continua assombrando a Reserva Indígena de Dourados. Só neste ano, já foram registrados inúmeros casos bárbaros de homicídios e atentados. A maioria dos crimes apresenta requintes de crueldade.

O caso mais recente foi registrado na madrugada de ontem. A índia Adélia Garcia Garcette, 37, moradora na aldeia Bororó, foi mutilada durante uma tentativa de homicídio. Segundo a Polícia Militar, Adélia foi atingida com pelo menos cinco golpes de facão na altura dos braços e da cabeça. A violência dos golpes acabou arrancando o olho direito e praticamente decepando a mão esquerda da vítima, que ficou presa somente por um músculo. A vítima também teve perda de massa encefálica e está internada no Hospital Evangélico em estado grave.

O índio Aristides Soares, 30, foi preso e confessou a autoria do crime. Também foi detida Uezênia Savala, 24, acusada de participação no atentado. Aristides disse que praticou o crime porque a vítima havia espalhado que um bebê dela, seria filho dele.

Em depoimento, Aristides Soares também confessou participação em outro crime bárbaro ocorrido recentemente na Reserva, que foi a tentativa de chacina contra três índios adultos e um bebê de apenas um ano de idade. Eles foram baleados dentro de casa no dia 03 de agosto e a criança atingida na cabeça.

Só neste ano, foram registrados 10 homicídios dentro das aldeias Jaguapirú e Bororó, além das dezenas de casos de atentados. A maioria das vítimas foi ferida com armas brancas, como facão, foices e armas artesanais.

OUTROS CASOS

Outros crimes bárbaros foram registrados neste ano nas aldeias de Dourados. No dia 1º de janeiro, Lozinho Cláudio Porto, 20, foi morto com dois golpes de facão, um no pescoço que quase lhe decepou a cabeça e outro no ombro direito, durante uma tentativa de assalto. Já em março, Eugênio da Silva Soares, 24, morador na aldeia Bororó, foi brutalmente assassinado com vários golpes facão, que atingiram principalmente o pescoço e no rosto.

Outro caso com requintes de crueldade foi o assassinato de Nivaldo Vargas, 42, também ocorrido em março. Ele foi morto com pelo menos 20 facadas pelo corpo, na região do tórax. Segundo a Polícia Civil, a maioria dos casos brutais ocorridos na aldeias estão relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas.

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