Hoje só tem notícia de prisão. Esta é a prisão de dois índios Xukuru acusados de matar dois outros, inclusive Zé de Santana, um índio que foi expulso pelo grupo dominante entre os Xukuru, e que queria retornar à terra indígena, sobretudo numa área que está sendo retomada pela demarcação ocorrida há alguns anos.
O CIMI está protestando que não há provas contra os índios presos e que a prisão foi feita ilegalmente. Mas o CIMI sempre torceu pelo lado hegemônico e devia olhar a coisa com mais objetividade. Nem solidários foi com a morte de Zé de Santana.
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Índios acusados de homicídio permanecem presos em Caruaru
Permanecem detidos na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Caruaru, no Agreste do Estado, à disposição da Justiça, os dois indígenas da tribo Xucuru, presos na última sexta-feira (26) por agentes da Polícia Federal por ordem da juíza Ivana Mafra Marinho, da 24ª Vara Federal. Eles são acusados de matar outro índio da mesma tribo por causa de uma disputa de terras.
Segundo o escrivão da Polícia Federal Edson Matias, o inquérito é sigiloso. Ele informou apenas que as diligências comandadas pelo delegado paraibano Marcos Vandervin continuam com a finalidade de prender um terceiro integrante da etnia, Edimilson Guimarães, que está foragido.
Matias informou que os índios Rinaldo Feitosa, de 38 anos, e Alexsandro Nogueira, de 22 anos, são acusados de assassinar a tiros o também índio José Lindomar de Santana, no dia 12 de agosto último. “O crime foi motivado pela disputa por terras na aldeia”, disse.
Ele disse que a prisão dos índios é importante para acalmar os ânimos, que segundo ele estavam acirrados na reserva depois do homicídio.
O advogado Sandro Lobo, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), denuncia, no entanto, que as prisões foram feitas de forma arbitrária, às 5h, surpreendendo a tribo Xucuru.
Ele disse ter certeza que os índios presos não são culpados pelo crime. E afirmou que o advogado Gilberto Marques, contratado pela comunidade indígena, vai ingressar com pedido de habeas corpus.
Os Xucuru, que vivem da atividade agrícola e do artesanato, estão distribuídos numa área de aproximadamente 27 mil hectares, no município de Pesqueira, agreste pernambucano, declarada reserva indígena pelo Ministério da Justiça desde 1994. Mas o processo de demarcação das terras ainda não foi totalmente concluído, o que provoca conflitos constantes na região entre posseiros e indígenas.
Fonte: Agência Brasil
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
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