Ontem, no Congresso Nacional, teve uma reunião muito importante entre governo federal, governos estaduais e Ongs ambientalistas a favor de um "pacto" em prol da conservação da Amazônia.
Estavam presentes desde a ministra Marina Silva, o ministro sem-pasta Mangabeira Unger, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Sarney Filho, os governadores dos estados do Mato Grosso, Acre, Amazonas e Pará, e representantes de nove Ongs ambientalistas, das quais seis eram estrangeiras.
Aliás, essas Ongs estão que estão por aí, sobrevoando áreas degradadas e recém-queimadas, denunciando ao mundo o fogareú brasileiro e propondo soluções geniais que só elas estão descobrindo.
Pactuaram-se todos que, em sete anos, o desmatamento da Amazônia será ZERO. E que haverá um fundo para compensar a destruição da floresta.
Alguém pode acreditar nesses senhores e senhoras?
Onde estão os índios nesse pacto? Estão, supostamente, no item proteção ambiental. Fazem parte da natureza, só contam como habitantes de áreas protegidas. Por que não estavam presentes como seres humanos? Por que não houve discussão com eles e com a Funai sobre esse assunto?
O desprezo que esse pessoal tem com a questão indígena é tão visível que dói aos olhos. Mas eles não vêem porque é tão natural para eles que os índios sejam seus subordinados. Ao mesmo tempo, alegam que mantêm um diálogo com os índios através de suas organizações, isto porque as consideram subsidárias a eles.
Ao final, quase todos os jornais apresentaram esse evento como se fosse um evento de Ongs, porque elas é que faturam o trabalho de propaganda que fazem.
A única dissonância nesse episódio foi a fala do ministro sem-pasta Mangabeira Unger, que disse, com seu sotaque carregado, que o Estado tem que estar equipado para defender a Amazônia e encontrar soluções intermediárias entre a destruição primitiva que se faz lá e o fechamento completo que os ambientalisas propôem.
Mangabeira Unger é uma voz lúcida, em primeiro lugar, porque é um homem lúcido. Diz as coisas com clareza e coragem. Em segundo lugar, é lúcido porque é um ingênuo no métier e tende a ser engrupiado pelas cobras que vicejam na ambiguidade do discurso fácil e do "far niente". E, infelizmente, mal sabe o que são os povos indígenas e qual seu grande papel na defesa da Amazônia e do Brasil
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Pacto propõe fim do desmatamento na Amazônia até 2015
Documento prevê também compensação financeira para quem conservar a floresta.
Nove ONGs participaram do lançamento da proposta, em Brasília.
Nove organizações não-governamentais (ONGs) lançaram nesta quarta-feira (3), em Brasília, o Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia. Também participaram a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados e a Frente Parlamentar Ambientalista.
A proposta tem o objetivo de estabelecer um compromisso entre vários setores do governo brasileiro e da sociedade sobre medidas necessárias para assegurar a conservação da Floresta Amazônica, de acordo com o Greenpeace. A região é considerada de crucial importância para a manutenção do equilíbrio climático, conservação da biodiversidade e preservação do modo de vida de milhões de pessoas que dependem da floresta para sobreviver.
As ONGs participantes são: Instituto Socioambiental, Greenpeace, Instituto Centro de Vida, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, The Nature Conservancy, Conservação Internacional, Amigos da Terra-Amazônia Brasileira, Imazon, e WWF-Brasil.
O Pacto Nacional propõe a redução do desmatamento na Amazônia a zero até 2015, adotando-se um sistema de metas anuais. Estima-se que sejam necessários investimentos da ordem de R$ 1 bilhão por ano, de fontes nacionais e internacionais, para se compensar financeiramente aqueles que promoverem efetiva redução do desmatamento também para se pagar serviços ambientais prestados pela floresta.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e os governadores Blairo Maggi (Mato Grosso), Waldez Góes (Amapá), Binho Marques (Acre) e Ana Júlia Carepa (Pará), entre outras autoridades, participaram do evento.
De acordo com a proposta, os incentivos econômicos serão direcionados para reforçar a governança da floresta (monitoramento, controle e inspeção; promoção de licenças rurais e ambientais para propriedades rurais; criação e implementação de áreas protegidas e terras indígenas), otimizar o uso das áreas já desmatadas e compensação financeiras para os responsáveis pela conservação da floresta (povos indígenas, comunidades locais, populações tradicionais e produtores rurais).
Os detalhes técnicos, econômicos e institucionais do Pacto Nacional em defesa do desmatamento zero e pela valorização da floresta devem ser tocados em conjunto com os governos estaduais da região e o governo federal, além de representantes dos produtores rurais, organizações ambientalistas, movimentos sociais, povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia, segundo o Greenpeace.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
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