quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Kayapó vão mostrar destroços do avião caído em sua terra a parentes dos mortos

Passado um ano desde o trágico acidente no ar entre um avião da Gol e um Legacy, continuam os parentes dos mortos buscando encontrar a paz de espírito pela perda de seus entes queridos.

Na matéria abaixo, alguns parentes são levados pelos índios Kayapó a verem os destroços do avião da Gol. Megaron Txukarramãe é que os vai guiar.

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Índio guia parente de vítima do acidente da GOL na mata no Norte de MT
Juliana Michaela

O coronel da reserva do Exército Marcos Antonio Marinho Silva, 51 anos, viúvo de uma das vítimas da queda do vôo 1907 da Gol, que caiu em Mato Grosso, no dia 29 de setembro, começa hoje o trajeto até o local onde foi encontrado o avião, na reseva indígena Kapot Jarina. Como o local é de difícil acesso e as trilhas e caminhos são conhecidos apenas pelos indígenas, Megaron Txucarramae, coordenador da Funai daquela região e indígena da etnia Caiapó, vai guiar o coronel e o grupo que o acompanha até o local onde caiu o Boeing 737-800.

Silva chegou à cidade de Colider ontem, onde se encontrou com Txucarramae. Amanhã, eles seguem para a fazenda Jarinã, onde houve o trabalho de identificação dos corpos na época dos resgates e foi construída uma capela.

Sobre os boatos de pilhagem dos pertences das vítimas, no encontro de ontem de Txucarramae com o coronel, o coordenador da Funai afirmou que seu povo ficou muito magoado.

"Nós não pegamos nada, não sabemos nem usar cartão de crédito", disse. Segundo ele, a orientação aos índios que auxiliaram nas buscas logo após o acidente era olhar, mas não tocar em nada. Eles conduziram equipes de imprensa e familiares durante a época do resgate.

O coronel Silva, por sua vez, disse que da parte das famílias há somente sentimentos positivos em relação aos índios. Ele afirmou que os parentes ficaram agradecidos aos militares, aos indígenas e aos funcionários da fazenda Jarinã.

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