sábado, 27 de outubro de 2007

Mais notícias sobre a Operação Metástase

Mais detalhes da Operação Metástase, que prendeu 32 pessoas (16 da Funasa, inclusive o superintendente em Roraima) por ladroeira com verbas da saúde indígena.

É bom saber que este processo foi iniciado. Em outras estados as mesmas coisas vão ser descobertas.

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PF diz que dinheiro desviado na Funasa veio de emendas

Romero Jucá (PMDB) diz em seu site que destinou mais de R$ 10 milhões à fundação no 1º semestre deste ano; senador não foi localizado

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Polícia Federal em Roraima diz que a origem do dinheiro desviado em fraudes em licitações da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), conforme investigado pela Operação Metástase, é verba federal proveniente de emendas parlamentares da bancada de Roraima no Congresso.

Um dos integrantes da bancada, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), divulgou em seu site que destinou R$ 10.561.526 em emendas à Funasa no primeiro semestre deste ano.

Para a Polícia Federal, no entanto, não há indícios até o momento de que os parlamentares tinham conhecimento ou estavam envolvidos nas fraudes, estimadas em R$ 34,6 milhões.

"Não há indícios de que os parlamentares estejam envolvidos com o objetivo final dessa prática ilícita", afirmou o delegado da PF Alexandre Ramagem, responsável pela investigação da operação.

A Operação Metástase foi realizada anteontem em Roraima, Amazonas e Paraná, com a prisão de 32 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa que fraudava processos licitatórios da Funasa. Os presos são servidores da fundação, sócio e administradores das empresas que participaram de licitações.

Para o delegado, com as emendas a direção da Funasa encontrou um "campo vasto" para fraudes nas áreas da saúde indígena, saneamento básico, compras de medicamentos e contratos de transporte aéreo.

Ramagem apontou o coordenador regional da Funasa em Roraima, Ramiro Teixeira, que está preso, como o líder do esquema. Ele assumiu o cargo em 2005, por indicação do senador Romero Jucá. "O Ramiro era a cabeça. Comprovamos que ele tinha um conluio com os empresários durante a fraude, da publicação dos editais à execução do pagamento", afirmou o delegado da PF

Ramagem disse que houve pagamento de serviços não realizados e superfaturados. O esquema foi descoberto em 2005, em uma escuta telefônica para investigar lavagem de dinheiro do narcotráfico contra o empresário Hassan Hussein Dehaine, também preso.
Ele é proprietário da Icaraí Táxi Aéreo, vencedora de licitações para transportar em helicópteros servidores da Funasa.

A reportagem ligou para o celular de Romero Jucá, mas a ligação foi cortada e, em seguida, o telefone ficou desligado. Sua assessoria disse que ele participava de reunião no Palácio do Planalto.

O advogado de Ramiro Teixeira disse que ele é inocente e que vai entrar com pedido de habeas corpus em Brasília. A reportagem não localizou o advogado de Hassan Dehaine.

Ramagem disse que não poderia comentar o fato de Ramiro Teixeira ter sido indicado para a coordenação da Funasa de Roraima por Jucá.

Segundo o delegado da Polícia Federal, se houvesse indícios de envolvimento do senador com a fraude a investigação precisaria ser autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

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