quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Exército vai retirar invasores da Reserva Biológica do Gurupi

Eis uma notícia promissora. Finalmente o Ibama conseguiu o Exército e a Força Nacional para combater os estragos que estão fazendo na Reservera Biológica do Gurupi, vizinha da qual estão as terras indígenas Alto Turiaçu, Caru e, mais distante um pouco, Araribóia.

Há uma semana postamos uma notícia de que estava-se preparando uma expedição para combater os madeireiros, fazendeiros e invasores em geral nessa Reserva Biológica. Expliquei o histórico da formação dessa reserva e torci para que desse certo. Afinal de contas, é uma região importante para a biodiversidade amazônica.

Na matéria abaixo, do G1, traz esse assunto e a conexão dele com a invasão da aldeia Lagoa Comprida, dos índios Guajajara, que resultou na morte de um índio e quatro feridos. Essa matéria é comentada mais embaixo.

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Operação combate madeireiros ilegais no Maranhão
Exército e Força Nacional foram convocados para dar cobertura ao Ibama na selva.
Índio guajajara foi morto em confronto com madeireiros depois de apreensão de madeira.

O Exército e a Força Nacional de Segurança foram convocados para dar cobertura às ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na selva.
A reserva biológica do Gurupi fica no Noroeste do Maranhão, divisa com o Pará.

No local, uma floresta com 340 mil hectares, é refúgio de animais ameaçados de extinção e espécies raras da Amazônia.

A mata nativa, que deveria servir de estudos para cientistas e pesquisadores, virou domínio de madeireiros. Em clareiras abertas no coração da reserva, os fiscais acham a madeira cortada em toras e gigantescas.

Madeira nobre

Uma tora com tantas rachaduras até bem pouco tempo era descartada pelas serrarias. Está se tornando madeira nobre diante da escassez na floresta.

"Já estão explorando a madeira que antes não havia interesse econômico. Explorava o cedro, o ipê, a maçaranduba. Como estas espécies estão ficando difíceis, estão pegando tudo que acham pela frente", explica Luiz Furtado, coordenador da operação do Ibama.

Cinco serrarias e dezenas de carvoarias estão em plena atividade perto da reserva do Gurupi. Caminhões carregados cortam as estradas de chão todos os dias.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de 18 estados montou barreiras dia e noite em duas rodovias. Os policiais conferem a documentação dos veículos e principalmente da madeira na carroceria dos caminhões. "O intuito é fechar o cerco ao transporte irregular de madeira e aos crimes contra o meio ambiente", afirma Osmilton Galdino, inspetor da PRF no Maranhão.

Policiais e fiscais do Ibama já apreenderam o equivalente a uma frota de mil caminhões carregados de madeira.

Violência

A Polícia Federal também investiga o ataque a um grupo de índios guajajaras na reserva Araribóia, em Amarante, no Maranhão. Exploradores de madeira são suspeitos de assassinar um índio e ferir outros dois durante o conflito com madeireiros da região de Buriticupu, na terça-feira (16). Outros dois índios, baleados, devem ser transferidos para Imperatriz.

A reserva indígena araribóia tem mais de 400 mil hectares e ocupa terras de cinco municípios. Nove mil índios vivem na região. A exploração ilegal de madeira já teria afetado mais de 80% das características originais da floresta.

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