segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ministros Jobim e Dilma criticam a Funasa

Amigos, voltei de alguns dias de descanso numa cidadezinha do estado do Rio de Janeiro que, acredito, é uma das mais belas do país. Estava fazendo um sol de bronzear e de refrescar. Ao menos não me chateei tanto com a falta de garra da Seleção Brasileira contra a fraca Colômbia. Embora existisse Lan Houses lá, não tive tempo de checar as notícias e postar no nosso Blog, muito menos de atender ao telefone para comentar noticias desse fim de semana.

Hoje, já madrugada, tenho o prazer de comentar essa notícia de O Globo de ontem sobre as críticas do Ministro Nelson Jobim e da Ministra Dilma Roussef à Funasa.

Eu e toda a torcida da Funai nos cansamos durante anos de advertir o governo sobre os problemas da Funasa em geral e muito mais em relação à saúde dos povos indígenas. O ministro Nelson Jobim era ministro da Justiça quando a saúde passou, por um simples decreto, da Funai para a Funasa, e se iludiu pelas falas capciosas dos proponentes dessa transferência malévola que já ceifou muitas vidas indígenas pela irresponsabilidade e falta de capacidade indigenista de atender aos índios.

A nova gestão da Funai está abúlica em relação à Funasa. Acha que, fazendo uma aliança a coisa anda. Não quer reconhecer que o problema é falta de indigenismo. Aliás, essa gestão e seus aliados, o CIMI, ISA e CTI e as Ongs americanas ACT, Conservation International, The Nature Conservancy e até a USAID, a agência de fomento dos Estados Unidos que financiam o ISA, acham que indigenismo é coisa do passado. Basta se aliar com algumas Ongs indígenas, como a Coiab e Apoinme que tudo está resolvido.

Porém, sabem muito bem o quanto estão arriscando com a polítitica indigenista brasileira, e o mal que irão provocar. Fazem tudo isso por um desejo de poder e de onisciência. Evitam o conhecimento histórico, desprezam a experiência indigenista, a sabedoria indígena. Quando a coisa dá errada, não estão nem aí, deixa o estrago para a Funai resolver.

A negligência da Funasa está se tornando legendária e mortífera.

Vamos lá, Ministro Jobim, há tempo para se redimir.

Vamos lá Ministra Dilma Roussef, você que também tirou sua casquinha de crítica à Funasa, chame o Ministro da Saúde para uma conversa séria, chama o PMDB para dizer-lhe que brincar com saúde em nome do poder é errado. E olha que ela nem sabe o que está acontecendo com a saúde indígena, a não ser pelas reclamações de jornais.

_______________________________________________________________

Feudo do PMDB no governo, órgão ligado ao Ministério da Saúde deixa tarefas a cargo do Exército, disse ministro

Chico de Gois*

Enviado especial TABATINGA (AM).

Ao longo da primeira etapa da missão oficial na região de fronteira amazônica, que se iniciou sexta-feira e terminou ontem, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ouviu pedidos para reequipamento das Forças Armadas e criticou, como fizera na véspera a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), a atuação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A queixa é de que a Funasa, órgão do Ministério da Saúde, deveria cuidar da saúde nesses locais, mas deixa a cargo do Exército a tarefa.

- O trabalho no hospital de Tabatinga é totalmente coberto pelo Exército. Há necessidade de uma presença clara da Funasa.

Observem bem: a informação do médico de São Gabriel da Cachoeira é que tivemos uma emergência de malária na região decorrente da falta de pulverização que deveria ter sido realizada pela Funasa - disse Jobim.

O ministro da Defesa, de uniforme militar, entrou numa casamata usada pelas tropas na fronteira.

Ele levou na expedição à selva amazônica a mulher, Adrianne Sena, o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Machado, cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça, comandantes das três forças, militares e jornalistas, para ver a situação dos batalhões responsáveis por vigiar pontos estratégicos.

No sábado, a Funasa - feudo do PMDB no governo - tinha sido alvo de críticas. Ao comentar que o presidente Lula lançou recentemente em São Gabriel da Cachoeira o PAC da Funasa, que pretende investir R$ 4 bilhões para melhorar as condições de vida dos indígenas e dos quilombolas, o governador Eduardo Braga sugeriu: - Se quiser fazer o PAC da Funasa aqui, que faça com o Exército, não com a Funasa.

- A Funasa não faz nem ao lado da casa dela, vai fazer aqui? - completou Dilma.

A assessoria de imprensa da Funasa foi procurada, mas não deu retorno às ligações.

Jobim defendeu um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia e disse que o Plano Estratégico da Defesa, que será entregue a Lula em 7 de setembro de 2008, irá abordar diversas questões, não apenas militares.

Nenhum comentário:

 
Share