Estou fora do Rio de Janeiro, numa cidadezinha que nem vou dizer o nome para vocês não sucumbirem de vontade de estar aqui.
Alguns amigos indigenistas escreveram comentários sobre Aniceto. Gostaria de compartilhar as considerações de um deles, por ser tão forte e sincera e esclarecedora. Não declino seu nome porque não lhe pedi autorização. Os amigos comuns saberão quem é.
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É preciso que dentro da Funai as pessoas saibam quem é Aniceto. Ou pelo menos tentem saber.
Ele fez parte de uma geração Xavante que lutou, até as últimas consequências, pela demarcação dos territórios Xavante. Não só São Marcos, onde vivia e vive até hoje (dentro do território).
Ele, como tantos outros, tiveram na ocasião uma visão de luta que garantia a sobrevivência de seu povo. Naquela ocasião a Funai não fez um estudo antropológico para sustentar essa tese.
Por isso ele pagou um preço alto entre seu povo, entre os missionários, entre os militares que governavam e, pelo visto, paga até hoje.
Aniceto provavelmente não encontrará interlocutores dentro do governo. Depois de três dias lhe darão uma cesta-básica e/ou uma promessa para que volte depois. E ele com certeza voltará. É assim, sempre foi assim e tomara que Aniceto, em algum momento, leve de fato uma esperança para seu povo.
E é preciso que ele saiba que tudo começa pela Funai, pela diretoria de assistência, que tem o dever de conhecer sua história e não deixa-lo dormindo na rua. Nem ele e nem nenhum outro lider que lutava e continua lutando.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
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