Mais uma vez os índios Tupininkim e Guarani da região de Aracruz, Espírito Santo, invadem uma terra que a Funai declarou ser indígena em agosto do ano passado, e que o MJ ainda não tomou sua decisão.
Aracruz Celulose é uma das maiores empresas de reflorestmento de eucalipto e pinus no Brasil, e quiçá no mundo, e tem uma longa disputa com os índios dessa região. Frequentemente os índios invadem essas terras e a empresa consegue decisão para os índios serem retirados.
Uma vez, em janeiro de 2006, a Polícia Federal os retirou com balas de borracha, o que provocou protestos de muitas organizações, inclusive do exterior. O presidente Lula recebeu uma comissão de índios alguns dias depois e mandou o ministro da Justiça, Dr. Márcio Thomaz Bastos, e eu, como presidente da Funai, para encontrar esses índios e resolver o problema. Cumprimos todas as etapas para a demarcação dessas terras e a Funai enviou o relatório final, aprovado por mim, para o MJ. Em março deste ano, o MJ devolveu o relatório para a Funai, e, em seguida, o relatório foi refeito e reenviado esses dias para o MJ. Até agora, o ministério ainda não decidiu sobre o assunto.
Enquanto isso, os índios acham que se fizerem a invasão das terras o governo vai apressar a decisão. Em geral, é um cálculo errado, o governo atrasa. Vamos ver no que vai dar essa nova invasão, meio oportunística, porque recentemente foram pessoas auto-identificadas como quilombolas que invadiram uma terra que consideram sua. E que Aracruz diz que é dela.
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Índios ocupam fazenda de empresa no ES
Manifestantes querem demarcação de reserva em área de plantação de eucalipto.
Empresa afirma que é proprietária da terra.
Índios reivindicam uma área da empresa Aracruz Celulose, no Espírito Santo. Eles chegaram em ônibus e caminhões em uma fazenda da empresa, derrubaram algumas árvores com facões, foices e enxadas e ocuparam uma clareira no meio da plantação de eucalipto. Os manifestantes querem a demarcação da reserva.
São índios tupiniquins e guaranis, que reivindicam uma área de 11 mil hectares que hoje é ocupada por plantações de eucalipto, matéria-prima para a fábrica da Aracruz Celulose. A empresa afirma que é a proprietária da terra. O caso está sendo analisado pelo Ministério da Justiça.
Com a nova ocupação, os índios pretendem apressar uma decisão. “Nós queremos que o próprio ministro da Justiça tome as providências o mais rapidamente possível, assinando a portaria de demarcação das terras indígenas de 11.009 hectares. Isso vai resolver todos os problemas que estão acontecendo no município de Aracruz”, afirma o cacique Werá Kworay.
A Aracruz informou que também aguarda uma posição do Ministério da Justiça sobre a terra.
quinta-feira, 26 de julho de 2007
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