Dia D, na verdade, seria Dia C, Dia da Constituição boliviana que está para sair dentro de um mês. Muita discussão com os problemas de dar ou não dar autonomia para as províncias orientais, onde estão o petróleo, o gás e as fazendas de soja de brasileiros.
E a autonomia para os 36 povos indígenas, o que isto significará?
A Bolívia está experimentando coisas muito ousadas. Merece nosso interesse e torcida. Mas botar muita fé que dê certo é difícil.
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Bolívia discute nova Constituição
Thais Bilenky, especial para Terra Magazine
Descendentes indígenas dos Aymara tocam espécie de flauta rústica em El Alto, na Bolívia durante protesto, na segunda (2). Eles se manifestam contra a possibilidade de relocação das sedes dos poderes Legislativo e Executivo de La Paz a Sucre, cidade onde já é baseado o Judiciário boliviano.
O projeto de transferência está sendo discutido em Assembléia Constituinte e, se aprovado, será incorporado à nova Constituição. Seu conteúdo, porém, tem gerado muita polêmica na sociedade boliviana.
Juntamente à relocação da sede governamental, a Constituinte também discute a possível concessão de autonomia a Departamentos da região oriental do país. É nesta porção, chamada de "Meia-Lua", onde se concentram as maiores reservas de gás e petróleo. Também é onde estão os grupos mais fortes de oposição da direita do país.
Os problemas em relação à autonomia aumentaram desde que o presidente Evo Morales comunicou suas intenções de estender aos povos indígenas a medida. Ontem, completou um ano a realização do referendo no qual a maioria da população posicionou-se contra a autonomia regional. O governo estipulou o prazo para definição no Dia da Independência boliviana, 6 de agosto.
A autonomia indígena em particular não é bem aceita pela oposição, uma vez que implicará na liberdade destes povos em decidir sobre o uso dos recursos naturais localizados em seu território.
Os debates estão acalorados em todo o país. Há promessas de mais manifestações públicas e greves.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
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