sábado, 28 de julho de 2007

Evo Morales quer índios de Santa Cruz a seu favor

Nas próximas semanas a coisa vai pegar fogo na Bolívia. O presidente Evo Morales quer abrir uma frente de manifestação a seu favor na chamada "media luna", a meia-lua de departamentos (estados) orientais da Bolívia que são contra a política de Evo que favorece aos habitantes do altiplanalto, inclusive os índios Aymara e Quechua.

O movimento separatista dos estados orientais da Bolívia está ficando cada vez mais forte. A posição de Evo Morales e a maioria do altiplano é contrária. Isto está sendo discutido na Assembléia Constituinte, que decidirá seu futuro em poucas semanas.

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Morales reunirá militares e indígenas contra oposição

Agência EFE

BOLÍVIA - O Governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, reunirá um desfile militar e uma manifestação indígena no aniversário das Forças Armadas, dia 7 de agosto, na cidade de Santa Cruz, onde enfrenta uma forte oposição.

O porta-voz presidencial, Alex Contreras, confirmou nesta quinta-feira em entrevista coletiva a realização da festa pela primeira vez em Santa Cruz, no leste do país.

- A manifestação dos povos indígenas não tem nenhum objetivo de ameaça, de amedrontamento, de desafio, sobretudo ao povo de Santa Cruz - disse Contreras.

O departamento de Santa Cruz tem como governador o opositor Rubén Costas. Também é sede dos movimentos cívicos e empresariais contrários ao Governo Morales. Além disso, lidera a reivindicação de um regime autônomo, em aliança com as regiões de Tarija, Beni e Pando.

O porta-voz comentou que Santa Cruz verá uma réplica da manifestação de militares e de indígenas de 7 de agosto do ano passado em Sucre, após a instalação da Assembléia Constituinte.

Contreras ressaltou que "a mensagem central não é de ameaça, mas de unidade e de inclusão" e convidou as organizações de Santa Cruz a aderir à mobilização.

Aimaras, quíchuas, guaranis e membros de outros dos 36 povos indígenas da Bolívia participarão do ato.

O comandante das Forças Armadas, general Wilfredo Vargas, concordou que a celebração programada "não deve ser vista como um confronto".

- Temos certeza de que a sociedade de Santa Cruz é cívica, tem seus antecedentes de patriotas e a situação vai ser normal - disse Vargas.

- Não há justificativa para se opor a uma mostra de diversidade cultural e presença da unidade da pátria. É preciso deixar de lado discursos intransigentes, racistas e separatistas - disse o vice-presidente, Álvaro García Linera.

Já o vice-presidente do comitê cívico de Santa Cruz, Roberto Gutiérrez, disse ao jornal "El Deber" que não se opõe à parada no aeroporto militar da cidade. Mas ressaltou que existem "suscetibilidades" na região pela presença de indígenas e camponeses do planalto.

- Santa Cruz também tem indígenas e sindicatos que podem participar do desfile, sem necessidade de trazer gente de outras regiões. Parece uma atitude provocadora e irresponsável do Governo - avaliou Gutiérrez.

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