Matéria do jornal Correio da Bahia traz mais informações sobre as terras que os Tumbalalá querem identificar como suas. A questão é que há lá um assentamento feito pela CHESF muito antes desse grupo ser considerado descendente de índios da região.
A questão vai trazer mais dificuldades nos próximos meses. Todo mundo está se aproveitando das promessas de investimentos na região para ver o que consegue.
A notícia antecipa protestos que virão da parte dos Pipipã, que são uma dissidência dos Kapinawá.
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Índios e posseiros brigam por terra
Cerca de 450 pessoas que vivem no assentamento Pedra Branca, nas proximidades da região de Curaçá ocupada desde anteontem pelos índios tumbalalá, se confrontaram na tarde de ontem. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os posseiros fizeram uma barreira na entrada da cidade, impedindo a passagem de indígenas e da imprensa. A retomada da área integra os protestos contra a transposição do Rio São Francisco.
"Somos contra a transposição do Rio São Francisco e qualquer barragem. E somos a favor da revitalização do rio", acrescentou Maria José Tumbalalá. Duas barragens são previstas pelo projeto federal na região de Curaçá.
Em meio a este conflito, resolvido pela polícia em tempo de evitar uma crise mais grave, o administrador da Funai em Paulo Afonso, João Valadares, prometeu ir ao local negociar, mas até o fechamento desta edição, ele não havia chegado. "Precisamos dessa terra para atividades agrícolas e, assim, garantir a nossa subsistência", afirmou a cacique Maria José Tumbalalá.
A ocupação de Curaçá é a terceira promovida por índios desde o começo da obra da transposição, iniciada em 15 de junho. No dia 26, trukás, ONGs e movimentos sociais ocuparam o canteiro do eixo norte, em Cabrobó (PE). Após serem despejados pela Justiça e forte aparato policial, no dia 4, cerca de mil trukás ocuparam uma fazenda a oito quilômetros do local do primeiro acampamento.
Há relatos extra-oficiais informando que os pipipã podem fazer ato semelhante em Floresta (PE), no eixo leste do projeto, devido à passagem da transposição em terras dessa etnia. A retomada feita pela etnia Tumbalalá aconteceu na madrugada de anteontem, abrangendo uma área de 250 hectares.
Os tumbalalá reúnem cerca de três mil pessoas e lutam pelo seu reconhecimento étnico desde 1998. Em 2003, depois de três anos de reivindicações dos indígenas, a Funai montou um grupo de trabalho para a identificação deste grupo, mas os estudos ainda não foram concluídos. Um novo GT é prometido para resolver o impasse atual.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
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