Esta é de arrepiar. O arrozeiro-mor da Terra Indígena Raposa Serra do Sol diz que conseguiu o apoio de membros do governo Chavez, da Venezuela, para se manter dentro da terra indígena.
O Jornal do Brasil está apoiando sua reivindicação. Nesta matéria põe a fala de uma índia Makuxi, que foi secretária do arrozeiro-mor, quando este foi prefeito de Pacaraima. A Makuxi fala aquilo que já ouvimos de outros índios ligados aos arrozeiros. Que os índios do Conselho Indigenista de Roraima são financiados por Ongs internacionais e pela Igreja Católica, e que não cotribuem com nada à economia de Roraima.
Esta semana vai ser crucial pois a Polícia Federal está preparando tropas para retirar na marra os arrozeiros das terras que invadiram na década de 1990. Vai ser duro. Veja matéria abaixo e a outra em seguida.
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Chávez apóia brasileiros contrários à demarcação
Gaúcho de Passo Fundo, prefeito cassado de Pacaraima (PDT) e grande produtor de arroz, soja e carne, o principal oponente às ações da Polícia Federal é Paulo Cesar Quartiero. Ele está utilizando uma emissora Venezuela para resistir à desocupação da reserva Raposa/Serra do Sol. Falação, um programa de uma hora apresentado diariamente por sua ex-secretária de Promoção Social Erotea da Silva Mota - uma índia macuxi conhecida por Téa - na Rádio Ativa de Santa Elena, cidade venezuelana há 15 quilômetros da fronteira, não poupa críticas às autoridades brasileiras e aos organismos oficiais que defendem a homologação da reserva em área contínua.
Aliado de dirigentes políticos ligados a Hugo Chávez, Quartiero lembra que o presidente Venezuelano já criticou a demarcação em cadeia nacional de rádio e televisão e prometeu que, se a desocupação se consumar, "cortará a energia elétrica de Roraima (que é fornecida pela Venezuela) e fechará a fronteira, colocando uma
corrente na estrada". Quartiero ocupa quase 10 mil hectares de terra da reserva, onde planta arroz, soja e cria quatro mil cabeças de gado que, hoje, pelos seus cálculos, valeriam R$ 24 milhões. Com as benfeitorias, o valor da "propriedade" saltaria para R$ 60 milhões, mas o governo ofereceu a ele R$ 2,2 milhões em indenização para que saísse.
- Eles me ofereceram 5% do que vale e ainda disseram para me inscrever num edital de licitação para o reassentamento em outra área - diz o ex-prefeito. Há dois anos, alvo de um mandado de prisão, antes de ser cassado por crime eleitoral, Quartiero se escondeu na Venezuela. Brizolista de carteirinha é, no PDT, um dos mais autênticos seguidores de Chávez.
- A desocupação da Raposa/Serra do Sol será a única obra do governo Lula - cutuca. Quartiero não poupa o prefeito de Pacarima, Chico Roberto (PT) e nem os políticos regionais. - Roraima vive apagão de autoridade.
Segundo ele, com medo das tropas federais e cooptadas pelo governo, as autoridades estaduais renderam-se.
O programa de rádio na Venezuela é bancado por comerciantes de Pacaraima, entre eles Quatiero, que vem a ser o líder político idolatrado pela apresentadora e por quem é contra a homologação.
- O povo não sabe o que está acontecendo e as lideranças indígenas (a favor a homologação em área contínua) são doutrinadas pela Igreja Católica e ONGs internacionais - diz Téa.
Há duas semanas, quando seguia para a emissora, já em território venezuelano, seu carro, uma picape Ranger, foi empurrado para um precipício por uma Blazer, com vidros escuros. Ela e um filho de dez anos sofreram escoriações. O suposto atentado e outras ameaças que diz ter recebido no mês passado, estão registradas na delegacia e no escritório da Abin na cidade fronteiriça.
- Não sei quem foi, mas é claro que está relacionado ao movimento e ao que falamos na rádio - diz.
A homologação da Raposa/Serra do Sol é a mais polêmica iniciativa do governo do presidente Lula e uma eterna fonte de conflitos. A decisão do governo tem o apoio ONGs, da igreja católica, mas é rechaçada por autoridades locais, questionada pelas Forças Armadas - por envolver uma extensa área na fronteira com a Guiana Inglesa e a Venezuela - e divide até mesmo a etnia mais forte entre os 15 mil índios, a macuxi. Em abril de 2005, na mais ousada atitude de hostilidade ao governo, os índios da ligados à SODIUR, seqüestraram quatro policiais federais deslocados à região justamente para garantir a segurança dos técnicos da Funai durante o trabalho de retirada dos não índios - o que acabou sendo suspenso por causa do conflito.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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