A OAB de Mato Grosso do Sul está pasma com o pouco caso que a população matogrossense do sul faz dos povos indígenas. Acha que é porisso que ainda não descobriram quem matou o índio Guarani Ortiz Lopez.
É muita fingida ingenuidade. Aliás, esta morte está um mistério sem fim. Como pode a polícia não ter a mínima noção? E como pode três estranhos entrarem numa aldeia indígena e não serem vistos por ninguém? Há algo de estranho nessa morte.
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Preconceito contra índios dificulta prisão de autor, diz OAB/MS
Da Redação/JC
O desinteresse da população da região de Coronel Sapucaia e Amambaí em relação às causas indígenas é um dos fatores que podem dificultar a apuração do assassinato do líder guarani-kaiowá Ortiz Lopez, de 46 anos, que foi morto a tiros no dia 8 deste mês em frente à sua casa em Coronel Sapucaia, região de fronteira com o Paraguai. Esta foi a primeira constatação da Comissão Especial de Assuntos Indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS) que na última terça-feira (17) visitou a região para acompanhar “in loco” as investigações.
Até o fim deste mês, a comissão entregará ao presidente da OAB/MS, Fábio Trad, um relatório do que conseguiu apurar na região. Cópias do documento serão entregues ao Ministério Público Estadual que acompanha as investigações e também deverão ser encaminhadas ao Ministério Público Federal por se tratar de questões indígenas que seriam de alçada federal. A intenção é colaborar para que as investigações identifiquem os culpados e estes sejam levados à Justiça. Ortiz Lopes liderava o movimento que pedia o reconhecimento da terra indígena Kurusu Amba, correspondente à fazenda Madama, entre os municípios de Coronel Sapucaia e Amambai.
“Apesar da repercussão nacional e até internacional sobre o assassinato do líder indígena, constatamos que na região o desinteresse pelo caso é quase que total”, afirmou hoje (19) o vice-presidente da Comissão de Assuntos Indígenas da OAB/MS, Marcus Antônio Ruiz (advogado indigenista conhecido como Karaí Mbaretê). “Em conversas com a população verificamos que muita gente até desconhece o fato e ficou evidente o preconceito da sociedade local em relação aos índios. Índio na região significa problema e essa visão preconceituosa, infelizmente, pode dificultar as apurações e até mesmo estimula esse tipo de acontecimento”, relatou.
Os advogados Marcus Ruiz, Mário Morandi, José Ferraz de Campos e Carine Beatriz Giaretta, integrantes da comissão, estiveram em Amambaí, comarca que abrange Coronel Sapucaia, e comunicaram oficialmente ao juiz da 1ª Vara, César de Souza Lima, e ao promotor da 2ª Vara, Rodrigo Yshida Brandão, que a OAB está acompanhando as apurações. Visitaram também a Aldeia Taquapery, onde lideranças indígenas continuam buscando a legalização de terras.
Na aldeia Taquapery, em Coronel Sapucaia, conversaram com a viúva Marluce Lopes, que falou sobre o episódio. “Ela diz ter certeza que eram pelo menos dois homens, mas não descarta a possibilidade de um terceiro. Na noite daquele dia, eles chamaram o Ortiz, ele saiu para atender, ela escutou um tiro. A Marluce disse que, acompanhada dos dois filhos, chegou a ver um dos pistoleiros e pediu que ele não matasse a todos. Ele olhou pra ela e foi embora”, informou Marcus Ruiz.
Em Kurusu Anda, no início do ano, outra líder indígena que participara da ocupação já havia sido assassinada, Zulita Lopes, também conhecida como Xurete. Conforme nota divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na ocasião do assassinato de Ortiz Lopes à imprensa, este vinha recebendo ameaças de morte e havia escapado de outro atentado. O Cimi atribui os atentados à disputa de terras entre índios e fazendeiros na região.
domingo, 22 de julho de 2007
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