quinta-feira, 21 de junho de 2007

Presidente da Funai encerra visita sem medidas concretas

Bem, essa matéria fala por si só.

As conseqüências virão mais adiante.


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Presidente da Funai encerra visita sem medidas concretas

Antonio Viegas, Dourados

Uma visita rápida às aldeias Panambizinho e Jaguapiru, na manhã de ontem, encerrou a agenda do presidente da Funai, Márcio Meira, à região da Grande Dourados. Evitando muito contato com a imprensa, já que praticamente não anunciou nenhuma solução para os problemas que ocorrem entre indígenas, Meira só teve um contato mais aberto com os índios durante o "aty guassu" (grande reunião), realizado na Aldeia Lima Campo, município de Ponta Porã. O presidente só reafirmou que qualquer providência somente será tomada de forma planejada, já que não é a favor dos paliativos.

Em Dourados, o grande problema atualmente é a violência nas aldeias e os indígenas esperavam que a visita do presidente da Funai pudesse trazer alguma ação concreta para resolver a falta de segurança na reserva. Foram nove assassinatos desde o início do ano entre os índios, a maioria com muita crueldade e isso tem obrigado as famílias a se trancarem em suas casas. Comentou-se sobre a volta da "Operação Sucuri", mas os próprios índios entendem que da forma como ela vinha acontecendo, não traria nenhum resultado positivo.

Márcio Meira, questionado sobre esse policiamento, disse que "isso é um paliativo", mas não apresentou uma ação que pudesse se transformar na solução do problema da violência. Ele apenas disse que é necessário fazer parcerias para resolver não só essa, como várias outras situações. Mesmo assim, existem especulações sobre o retorno dessa "operação", que na verdade, funcionava anteriormente com apenas um funcionário da Funai percorrendo várias aldeias da região, praticamente sem atuação.

A reserva indígena de Dourados, com 12 mil habitantes, maior que cerca de 50 por cento dos municípios de Mato Grosso do Sul, enfrenta problemas gravíssimos como o tráfico e o uso de drogas, a aids, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, a consequência disso tudo, que é a violência. Assunção Cáceres, cacique na Aldeia Bororo disse ontem que a comunidade indígena está indignada e decepcionada com as autoridades. "A esperança que a gente tinha com a visita do presidente da Funai foi por água abaixo", lamentou o cacique.

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