segunda-feira, 4 de junho de 2007

Munduruku querem vender farinha a granel

Notícia vinda do município de Jacareacanga, onde estão concentrados os índios Munduruku do rio Tapajós e dos seus belos afluentes. Suas duas terras na região, Sai Cinza e Munduruku, compreendem mais de 2,3 milhões de hectares, tanto de matas quanto de cerrados.

A Terra Indígena Munduruku foi homologada em 2004, e a visitei em comemoração a esse evento. Gostei muito de conhecer os Munduruku e participar de sua festa. Visitei também a aldeia onde está a missão franciscana mais antiga e permanente em terra indígena, agora já meio decadente.

A Terra Indígena Munduruku é a maior terra indígena homologada pelo Presidente Lula até agora. Raposa Serra do Sol tem 1,73 milhões de hectares. Mas, a Terra Indígena Trombetas-Mapuera, que iniciei a demarcação in loco no começo de fevereiro deste ano, terá 3,975 milhões de hectares.

O povo Munduruku é bastante conhecido de antropólogos pelo trabalho pioneiro de Robert Murphy, feito no fim da década de 1940. Constituem um povo guerreiro, que no século XIX somavam mais de 40.000 pessoas. Começaram a perder população ainda no século XIX, mas foi com a chegada da borracha em sua região que a queda populacional foi drástica. Só a partir da década de 1950 é que começaram a crescer. Hoje somam mais de 2.500 pessoas só os que vivem nessas terras mencionadas. Mas há outros mais vivendo no Baixo Tocantins e a oeste, em diversas terras no estado do Amazonas.

A criação dessa cooperativa se deve ao trabalho da Funai, em 2006. A coordenadora-geral de desenvolvimento comunitário, Rosana de Mattos, foi quem abriu a possibilidade dessa cooperativa, e eu a apoiei enviando recursos e pessoal para fazer casas de farinha. Espero que venha a dar resultados agora.

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Os indígenas da etnia Mundurucu, que vivem na aldeia Sai Cinza, no município de Jacareacanga, oeste do Pará, estão organizando uma cooperativa para exportar a farinha de mandioca produzida na aldeia. A iniciativa tem apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), que criou o projeto Farinha Mundurucu para estimular a manutenção das técnicas tradicionais da fabricação do produto.

O chefe do serviço de assistência da Funai, Ivanildo Viana Rocha, afirma que o projeto busca a integração das comunidades indígenas e a produção da farinha como fonte de recursos para as aldeias. "O projeto visa a integração das comunidades, porque você vai ter uma associação indígena visitando várias comunidades acompanhando o projeto", completa Ivanildo.

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