Não teve jeito. Paliativo ou não, não há como deixar de lado a questão da violência na Terra Indígena Dourados. Aliás, vejam no post abaixo, com link para um Blog de jovens indígenas daquela terra indígena, um dos comentários sobre a violência em sua terra. Os jovens têm plena consciência dos problemas que vivem em sua terra e até relativizam-na ao dizer que também tem muita violência na cidade de Dourados, fora da terra indígena.
O certo é que o problema é grave, como muitos problemas que acontecem nas 26 terras indígenas demarcadas e homologadas dos Guarani-Kaiowá e Guarani-Ñandeva e mais as seis que estão em processo de demarcação, no Mato Grosso do Sul.
A questão a apressar é obter o Plano de Carreira da Funai, abrir concurso público e tentar reformar a Funai para atender ás questões indígenas.
Tenho a visão rondoniana da integralidade de todas as questões que dizem respeito ao índio brasileiro. A Funai devia ser o órgão supervisionador para isso. Portanto, deveria ser forte. Tentei muito convencer o governo disto. O ministro da Justiça, Dr. Márcio Thomas Bastos, até que concordava comigo. Mas, não conseguimos avançar com os vários ministros do Planejamento, nem com a Casa Civil.
É ora de uma pessoa ligada ao centro do dirigismo petista obter esses avanços para consolidar uma política indigenista nova, sem receio de estar fazendo o certo.
Não é paliativo tentar diminuir a violência em Dourados. É o que resta fazer nas circunstâncias.
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Com 2 agentes, Funai inicia Operação Sucuri em Dourados
Helio de Freitas, de Dourados para Campo Grande News
A Funai (Fundação Nacional do Índio) iniciou no fim de semana a "Operação Sucuri" para tentar reduzir os índices de violência na reserva indígena de Dourados - a mais populosa e violenta de Mato Grosso do Sul. De janeiro até agora, nove índios foram assassinados nas aldeias Bororó e Jaguapiru. Algumas vítimas foram retalhadas a golpes de facão e a maioria dos crimes continua sem solução.
Rondas estão sendo feitas no interior da reserva. A Polícia Militar acompanha os agentes da Funai e fazem revista nos índios. Nos primeiros dias, apenas facas e armas artesanais foram apreendidas com os índios. Os agentes também recolheram frascos de cachaça, segundo o coordenador do trabalho, Aliberto França. Ninguém foi preso. A venda de bebida alcoólica aos índios é crime federal, mas os comerciantes não respeitam a proibição.
Apenas dois agentes da Funai iniciaram o trabalho na sexta-feira. Um terceiro está a caminho de Dourados, segundo Aliberto França.
Criticada pelo presidente da Funai, Márcio Augusto de Meira, que na semana passada durante visita a Dourados chamou o trabalho de "medida paliativa", a Operação Sucuri está na quarta edição e já tem prazo para acabar. Deve durar no máximo 90 dias, segundo o chefe da Funai em Dourados, Eliezer Louzada.
O chefe local da Funai disse que nesse período a intenção do órgão é firmar parceria com a Segurança Pública para manter o policiamento na reserva após o encerramento da operação.
No início deste ano, os índios bloquearam a rodovia MS-156 - que liga Dourados a Itaporã - para pedir a presença da polícia nas aldeias. A estrada foi liberada após uma negociação direta dos índios com o secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Brasil Jacini, que foi ao local e prometeu aumentar as rondas policiais na área. Entretanto, a polícia continua ausente, segundo as lideranças indígenas.
terça-feira, 26 de junho de 2007
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