domingo, 24 de junho de 2007

Evo Morales receia golpe na Bolívia

Esta notícia já vem rolando em diversas agências de notícias, inclusive do exterior. Parece que a situação na Bolívia está esquentando.

A direita, situada nos estados orientais, vizinhos ao Brasil e ao Paraguai, onde estão os grandes depósitos de gás e as fazendas de soja, quer autonomia para esses estados.

A esquerda, localizada especialmente no altiplano, e ligadas ao Movimento Socialista Boliviano, quer fazer da constituição, que será promulgada dentro de pouco mais de um mês, um suporte para a centralização e uma série de mudanças que favorecerão o socialismo na Bolívia.

É uma briga dura. Esperamos que golpe nenhum aconteça e que Evo Morales saiba contemporizar essas duas correntes.

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Morales insiste que oposição tenta golpe na Bolívia
Agência Estado

O presidente da Bolívia, Evo Morales, insistiu hoje que os dirigentes do "Oriente boliviano" estariam promovendo uma quartelada militar, por causa de um recente pedido de políticos dessa região para que as Forças Armadas garantam a unidade do país, ante planos do governo de dar autonomia a 36 grupos e povos indígenas.

"Nós últimos dias, escutamos algum pedido às Forças Armadas e esse pedido foi entendido como um chamado a uma quartelada. Mas não vai haver nenhuma ditadura", disse Morales em um discurso na polícia, no qual também pediu o apoio da instituição e do Exército para sustentar a "revolução democrática" que apregoa o seu governo.

O comandante em chefe das Forças Armadas, o general Wilfredo Vargas, disse após a cerimônia que a instituição não tem informações de inteligência que apóiem as suspeitas sobre uma possível quartelada, mas advertiu que "as Forças Armadas não permitirão um golpe."

A Junta de Autonomia criada por dirigentes políticos e cívicos dos departamentos (estados) de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija - que pedem autonomia departamental - chamou as Forças Armadas a preservarem a unidade do país, com a denúncia de que o oficialista Movimento ao socialismo (MAS), promove a secessão dentro da Bolívia. O MAS tenta impor à Assembléia Constituinte que a nova lei boliviana defina a autonomia de 36 nações indígenas, que a partir daí teriam territórios e governos próprios.

O pedido dos departamentos orientais foi visto por Morales, líder do MAS, como um chamado a uma quartelada. A acusação foi rechaçada hoje por Rubén Costas, prefeito (governador) de Santa Cruz - o departamento mais rico e extenso da Bolívia, e foco do movimento de autonomia - em um ato no qual foram lembradas as primeiras mobilizações em prol da autonomia, em 2004. Santa Cruz no Oriente boliviano, argumenta que o Mas tenta bloquear a autonomia dos departamentos com o projeto da autonomia aos 36 povos indígenas.
No mesmo ato, que ocorreu em Santa Cruz de la Sierra, o presidente do influente Comitê Cívico de Santa Cruz, Branko Marinkovic, advertiu ao MAS que a região do Oriente não aceitará um governo que queira se perpetuar no poder por cinqüenta anos, como disseram alguns políticos do MAS, que tenta incluir o direito à reeleição na nova constituição.

"Nos estudos de autonomia que fizemos serão os governos dos departamentos que decidirão o que farão com a terra, não será o governo central, porque eles (governo e MAS) não querem nos dar a autonomia, querem dominar Santa Cruz," disse o líder do comitê.

"A única coisa que o MAS quer fazer é destruir ao único setor produtivo da Bolívia, com esse projeto hegemônico, que pretende ser totalitário e se perpetuar no poder. Por isso é que eles gostam tanto de Cuba e de Fidel Castro. Nós não deixaremos ninguém ficar 50 anos no poder," disse Marinkovic.

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