Índios Guarani e Terena da Terra Indígena Dourados estão de fato aborrecidos com a nova administração criada em Dourados. A notícia abaixo fala do pouco caso do presidente da Funai e do administrador referido.
O curioso é que foi instituído em abril deste ano uma comissão interministerial, sob o controle da Casa Civil, para aumentar o efetivo de pessoal, as ações e os recursos para essa terra indígena e toda a região.
O que será que estão fazendo, se nem numa reclamação esse pessoal é citado? Será que é mais uma fachada de ministérios que querem dar assistência ao índio e no fundo não fazem nada?
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Aldeia Bororó
Para índios, Funai ignora a violência
Lideranças da Aldeia Bororó afirmam que presidente da Fundação Nacional do Índio está sendo omisso
21.Jun.2007 | Marcos Santos
DOURADOS – As lideranças da Aldeia Bororó, uma das maiores de Mato Grosso do Sul e que faz parte da Reserva Indígena de Dourados, estão acusando o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto de Meira, se ser omisso com a questão da falta de segurança nas aldeias de todo Estado e, principalmente, em Dourados onde os índices de violência estão muito acima daqueles que são registrados no resto do país. "Essa passagem dele (Márcio Meira) pelo Estado foi apenas em turismo já que os principais problemas das comunidades indígenas não foram discutidos", reclama Assunção Cáceres, uma das lideranças mais expressivas da Aldeia Bororó.
Ele afirma que a comunidade está insatisfeita com o comando da Funai em Dourados e acusa Eliezer Cardoso Louzado Cruz, administrador executivo regional do Cone-Sul do Estado do Mato Grosso do Sul, de manipular os interesses das lideranças para ficar "bem na foto" com o pessoal de Brasília. "Para você entender o quanto o Eliezer se importa com nossa comunidade, ele não convidou uma única liderança com posicionamento mais firme e independente para parcipar da inauguração do escritório do Cone-Sul da Funai", reclama. "Com certeza, ele fez isto porque sabia que a gente iria cobrar melhorias do presidente da Funai e não queria que o senhor Márcio Meira ficasse sabendo que vivemos numa situação caótica", desabafou.
O cacique da Aldeia Bororó, Luciano Arévalo de Oliveira, é um dos mais preocupados com a falta de segurança e também um dos mais revoltados com o que ele classifica como omissão do núcleo regional de Dourados. "Eles (Funai) agem como se não estivesse acontecendo nada, como se tudo estivesse em paz nas nossas aldeias, mas a situação é muito grave", alerta o cacique. "São assassinatos sangrentos por questões banais motivadas pelo uso de droga e álcool, estupros, formação de gangues, assaltos, tráfico e uso de drogas a qualquer momento do dia e a Funai, que deveria proteger as famílias indígenas, não faz nada de concreto para solucionar o problema", denuncia Luciano Arévalo.
O presidente do Conselho da Aldeia Bororó, Tibúrcio Fernandes de Oliveira, afirma que as autoridades fazem promessas que nunca são cumpridas. "Em virtude disto, fizemos uma reunião nas dependências da Escola Araporã com lideranças, caciques, pajés, agentes de saúde da Funasa e membros da comunidade para elaborar um documento que foi encaminhado às autoridades cobrando mais atenção com a questão da violência nas nossas aldeias", explica Tibúrcio.
Ele conta que o documento foi encaminhado aos deputados estaduais e federais, aos membros dos Direitos Humanos, Ministério Público Federal e Estadual, Polícia Civil e Federal, Poder Judiciário Estadual e Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional da Saúde (Funasa), cobrando uma ação conjunta de todos os órgãos para reduzir os altos índices de criminalidade na Reserva Indígena de Dourados. "Estamos pedindo socorro, pois esta situação está insustentável e já não suportamos mais assistir nossos jovens sendo levados para a criminalidade sem que as autoridades adotem uma postura firme para assegurar a ordem nas aldeias", enfatiza Tibúrcio Fernandes.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
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