Vejam essa matéria vinda da Folha de Boa Vista. Um deputado que tem um programa de TV em Boa Vista entra em terra indígena para filmar a fazenda de um dos arrozeiros que devem sair da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. De algum modo, diz que é agredido e exige proteção da polícia. No Correio Braziliense saiu que ele denunciou essa agressão ao presidente da Câmara Arlindo Chinaglia.
O interessante é sua argumentação de que, como deputado, ele pode entrar em qualquer lugar do Brasil. Ora, na minha casa não pode, sem pedir de licença, e sem eu a dar. Por que acha que pode na casa dos índios?
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Deputado denuncia na Polícia Federal agressão de indígenas
Carvílio Pires
Enquanto apurava denúncias de suposta segregação religiosa na região da Raposa Serra do Sol e, ao tentar desestimular a invasão de uma fazenda, o deputado federal Márcio Junqueira (DEM) e equipe que o acompanhava tiveram bens materiais destruídos por indígenas. O coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, disse não ter informações precisas sobre o caso.
Conforme o parlamentar, acompanhado por uma equipe de cinegrafistas ele investigava por que somente as igrejas ligadas à Assembléia de Deus foram notificadas a saírem da área. Aí soube que indígenas ligados ao CIR haviam invadido a fazenda do rizicultor Afonso Faccio. No local, teria conversado amistosamente com os índios que lhe disseram ter chegado até ali no caminhão da Missão Surumu.
Querendo evitar qualquer conflito porque os ânimos estriam acirrados, ele tentou dissuadir os indígenas de consumar o ato. Especialmente porque os agricultores teriam sinalizado com a possibilidade de saírem de lá desde que as áreas equivalentes citadas pelo decreto de homologação da reserva, lhes sejam apresentadas.
"Eu e os dois cinegrafistas que me acompanhavam fomos agredidos pelo indígena Anselmo Ozarias, tuxaua da Maloca do Barro, acompanhado por mais ou menos 30 indígenas. Nosso equipamento foi cortado de facão. Estou protocolando a denúncia aqui na Polícia Federal com farto material de imagens gravadas durante o incidente", declarou o deputado.
Ele se disse preocupado com a quebra do Estado de Direito. Para reforçar, indagou: "Se um representante da Câmara Federal não tem acesso a certas áreas dentro de seu país, quem teria? No entendimento de Junqueira, só quem pode de lá retirar os agricultores é o aparelho policial amparado em decisão judicial. "Se instituições deixam de ser respeitadas, quem tem segurança numa reserva indígena?".
O parlamentar informou que pouco depois do fato, no domingo, manteve contato com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e este já falara com o ministro da Justiça, Tarso Genro. Ontem pela manhã teria recebido um telefonema do ministro e do secretário executivo do ministério.
"A Polícia Federal vai instaurar um inquérito para apurar a questão. Nesse episódio, constatei a deficiência do efetivo da Polícia Federal em Roraima. A instituição não tinha como mandar uma equipe até o Surumu por falta de pessoal. Ademais, e mesmo estando desgastadas, as instituições devem ser respeitadas. Ouvi índios dizerem que os políticos são ladrões, que a Polícia Federal, a Justiça do Brasil estão a serviço deles [indígenas] e que o Exército é contra eles. Essas declarações nos preocupam", declarou Márcio Junqueira.
TENSÃO - O deputado disse que, cercado por 30 indígenas armados de facões e foices, teve medo de ser agredido fisicamente e até sofrer um atentado contra a vida. Ele acredita que os indígenas estejam servindo como massa de manobra a interesses escusos de alguma tendência política.
"Isso não acontece somente na Raposa Serra do Sol. Não há que se levantar dúvida sobre os direitos dos índios. Mas os direitos dos demais brasileiros devem ser respeitados. Acredito que a Justiça e a Polícia Federal agirão com isenção de modo a deixarem claro que temos uma só legislação que deve ser obedecida por todos", destacou Junqueira.
terça-feira, 19 de junho de 2007
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