O jornal O Globo traz uma matéria, que é repercutida em outros jornais, inclusive no Correio da Bahia, sobre a projetada usina de Belo Monte. Desta vez só toca na influência que essa usina terá sobre os índios Juruna e Arara do Maia.
A matéria é evidentemente favorável e serve como um início de campanha a favor da usina de Belo Monte. O repórter é novo na questão, mas já se pronuncia com conhecimento de causa.
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O Globo-Correio da Bahia
Terras do Xingu são motivo de barganha com os índios
ALTAMIRA - Alçada pelo governo à condição de obra prioritária do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, chegou, talvez, a sua última encruzilhada.
Nela estão cerca de 14 mil índios que vivem às margens do Rio Xingu. Para as partes envolvidas numa polêmica que já dura mais de 20 anos, eles são agora o último obstáculo para quem defende a usina ou a tábua de salvação para quem a rejeita. Cada um dos lados dessa disputa acusa o outro de usar os indígenas a favor de sua causa. O Globo visitou as duas aldeias que serão mais atingidas caso a barragem seja construída, os Jurunas do Paquiçamba e os Araras do Maia. Elas ficam na Volta Grande do Xingu, como é chamada a enorme curva que o rio faz cerca de 100 km depois de Altamira.
Especialistas contrários ao projeto sustentam que esse trecho vai perder tanta água que corre o risco de secar no Verão da Amazônia (de julho a dezembro). Outros 17 povos de 11 terras indígenas também seriam afetados por impactos sobre a flora e a fauna da região. Em nota oficial, a Eletrobrás diz que "as conseqüências que poderão ocorrer para as comunidades indígenas serão avaliadas e tratadas com a Funai". De lados opostos do rio, quase frontalmente, jurunas e araras refletem como os índios ganharam "status" de peça-chave na disputa entre a Eletrobrás, que retomou os estudos de impacto ambiental em janeiro, e o Ministério Público Federal e do Pará, autores de diversas ações contrárias à construção de Belo Monte.
Os jurunas, que são a favor da barragem, ganharam da estatal um conjunto de placas de energia solar e a promessa de que sua terra será triplicada. Os araras continuam sem luz elétrica e têm pouca perspectiva de melhorias nas condições de vida. " Cooptação de índios é uma estratégia de baixo nível que a Eletrobrás está usando. Eles não fizeram o mesmo com os araras porque esses ainda não têm a terra homologada", afirma o procurador da República em Altamira, Marco Antônio Delfino. (AG)
segunda-feira, 25 de junho de 2007
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