quinta-feira, 21 de junho de 2007

Arrozeiros de Roraima querem ludibriar coordenador de sua retirada da T.I. Raposa Serra do Sol

Epa, perigo à vista em Roraima.

Os arrozeiros e um deputado federal estão querendo enrolar o coordenador da retirada deles da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Alegam que estão sendo mal tratados e que o governo não abriu terras para substituir as que eles vão perder por deixarem a terra indígena.

Vejam seus argumentos mais capciosos possíveis.

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RAPOSA SERRA DO SOL - Arrozeiros tentam evitar ação de força

Carvílio Pires

Em clima de tensão, os principais rizicultores do Estado, acompanhados do deputado federal Márcio Junqueira (DEM), tiveram uma reunião ontem pela manhã com o coordenador do Comitê Gestor da Presidência em Roraima, José Nagib. Sabendo das medidas adotadas pela Funai para retirá-los das fazendas, tentam evitar uma medida de força até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida o mérito das ações por eles ajuizadas.

Demonstrando irritação, o presidente da Associação dos Arrozeiros, Paulo César Quartiero, dizia que enquanto o Governo Federal diz querer diálogo, adotava medidas para retirá-los das fazendas. “Está claro que as promessas constantes do decreto de homologação eram apenas para nos enrolar. Não falaram no reassentamento em área equivalente às que ocupamos e nem as áreas nos foram apresentadas. Aí o diálogo justo cai por terra e estamos na iminência de afronta contra os nossos direitos se é que temos algum”, disse.

Conforme ele, nesse estágio parece que a discussão judicial em torno da propriedade virou artigo supérfluo diante do possível golpe de força. “No meu entender, parece que o Governo Federal já negociou a área com o estrangeiro e agora tem que desocupá-la para entregar aos novos donos. O que se vê na região é gente do PPTAL, ingleses, italianos, norte-americanos”.

De acordo com Quartiero, a intenção dos produtores é de resistência. “É claro que defendemos o nosso patrimônio, a nossa vida de trabalho. Mas temos consciência que estamos desempenhando um papel de também lutar pelo Estado de Roraima. Podemos ter mil defeitos, mas somos brasileiros patriotas”, destacou.

“Sem cumprir o decreto que prevê a indenização em dinheiro pelo valor real e nos realocar em área equivalente, querem que saiamos de nossas propriedades com uma indenização irrisória. O Governo Federal não cumpriu o decreto porque não existe área, não existe realocação e a indenização não é real. Nós estamos esperando que o governo cumpra o decreto”, declarou Itikawa.

POLÍTICA – Na avaliação do deputado Márcio Junqueira, a reunião foi proveitosa porque os produtores vão apresentar uma proposta para resolver a questão. A proposta é a possibilidade de uma consulta pública, como feita em relação às hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia.

“O doutor Nagib concordou em iniciarmos a construção da proposta. O que me preocupa é o dia seguinte, o confronto. Por isso acredito que demos um passo para o entendimento sobre a questão dos produtores”, afirmou.

O parlamentar acredita que a boa vontade demonstrada pelo coordenador do Comitê em busca de uma solução de consenso é igual a do ministro Mares Guia e do presidente Lula. “O que nos trouxe aqui foram as declarações do presidente Lula de que não pode mais sacrificar o Estado mais pobre da Federação. Essa não é ação de um parlamentar, mas a vontade de toda a bancada, da classe política, do segmento empresarial e da sociedade. Acredito que o José Nagib pode contribuir para avançarmos nesse entendimento”. (C.P)

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