Os jornais de Santa Catarina continuma repercutindo os protestos contras as portarias de demarcação das quatro terras indígenas no Oeste catarinense. Os últimos embatem dizem respeito a ameaças feitas ao arcebispo de Chapecó.
Eis uma matéria que traz a fala ponderada do arcebispo. Resta saber quem dos colonos concordaria, e se os políticos os deixariam aceitar essas condições.
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Alguém tem de ceder, diz bispo
Dom Manoel acredita que indenização a colonos pode acabar com conflito na região Oeste
Chapecó
Uma carta do arcebispo de Florianópolis, dom Murilo Krieger, divulgada na segunda-feira, alertou sobre ameaças que o bispo da Diocese de Chapecó, dom Manoel João Francisco, vinha sofrendo por defender a população indígena do Oeste, na disputa por terras.
Em abril, o governo federal reconheceu, por meio de decreto, áreas indígenas e ampliou aldeias, causando revolta entre os agricutores, que persistem em ficar nas terras. Um boneco representando o bispo chegou a ser enforcado simbolicamente numa manifestação ocorrida dia 1º de junho, em Chapecó.
Ontem, dom Manoel falou sobre as ameaças e seu posicionamento. Ele afirmou defender os direitos tanto dos indígenas quanto dos agricultores. Mas ressaltou que alguém deve ceder e, neste caso, acredita que os indígenas teriam mais direito, pois estavam antes nas terras. Dom Manoel defende que o Estado indenize as terras, conforme lei aprovada em 2005 pela Assembléia Legislativa, mas ainda não regulamentada pelo governo do Estado.
Sobre as ameaças que o bispo Dom Manoel diz ter recebido por defender os indígenas, o Movimento de Defesa da Propriedade, Dignidade e Justiça Social (DPD), que reúne agricultores e lideranças de Saudades, tratou de se defender. Pelo menos esta é a afirmação do presidente do movimento e vice-prefeito de Saudades, Celso Werlang. "Jamais o movimento vai ameaçar o bispo", disse Werlang.
"Estava no palanque quando vi aquele boneco. Werlang disse que a revolta dos agricultores é compreensível, pois estão ameaçados de perder suas terras, que foram adquiridas há mais de 50 anos.
Os agricultores de Saudades e Cunha Porã não aceitam indenização, pois não querem sair de suas terras. O DPD ainda questiona o laudo antropológico realizado pela Funai. "Ninguém viu antropólogo por aqui. Ele afirmou que o laudo contém fotos de quando os índios invadiram a área, em 2000.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
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