terça-feira, 19 de junho de 2007

CIMI denuncia ameaça de morte ao bispo de Chapecó

O CIMI divulgou nota denunciando ameaça de morte ao arcebispo de Chapecó Dom Manoel João Francisco pela defesa que ele faz da demarcação das terras indígenas Toldo Pinhal, Toldo Imbu, Araçaí e Chapecózinho. Não há detalhes sobre quem fez as ameaças.

Nossas solidariedades ao arecebispo. E esperanças de que esse problema se resolva o mais breve possível favoravelmente aos índios.

A questão se acirrou muito depois que o ministro Tarso Genro publicou de uma só vez as quatro portarias de demarcação e depois recuou enviando de volta à Funai essas portarias para que a Funai se pronunciasse quanto às alegações feitas pelos terceiros interessados, mais ou menos umas 1.200 famílias de não indígenas.

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SC: bispo é ameaçado de morte e pede proteção

Fabrício Escandiuzzi


O arcebispo de Florianópolis, d. Murilo Krieger, divulgou na tarde desta segunda-feira uma carta em que solicita proteção policial ao bispo de Chapecó, d. Manoel João Francisco, que estaria sendo ameaçado de morte por ter se posicionado a favor de comunidades indígenas em polêmica sobre demarcação de terras no oeste de Santa Catarina.

Dom Manoel está defende a demarcação de terras dos índios Guarani, Kaingang e Xokleng. O ato foi garantido no último dia 19 de abril, Dia do Índio, após portaria do Ministério da Justiça. O clima ficou tenso entre agricultores proprietários das terras e as comunidades indígenas.

O religioso destacou nas últimas semanas que a demarcação é justa, mas que os pequenos agricultores devem ser indenizados. Desde então, se transformou em inimigo declarado dos ruralistas e vem recebendo ameaças de morte. "Somos testemunhas de suas posições de que as famílias dos agricultores atingidos pela demarcação das terras indígenas precisam ser devidamente indenizadas pelas melhorias realizadas e reassentadas em outras terras", destaca o arcebispo na carta enviada ao religioso da diocese de Chapecó.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) - órgão vinculado à CNBB que atua junto aos índios - a primeira ameaça aconteceu em abril, quando quatro pessoas numa camionete teriam ido à chácara da diocese pedir ao caseiro do local para que o bispo parasse de defender os índios.

A preocupação com a segurança do religioso aumentou no início de junho, quando, num protesto de agricultores, um boneco de pano caracterizando o bispo Manoel foi pendurado numa árvore e enforcado.

D. Murilo ainda afirma que diante dos acontecimentos existe a preocupação da arquidiocese de Florianópolis com a integridade física do religioso. "Sabemos que são injustas as acusações que lhe fazem e consideramos lamentáveis as atitudes de agressão à sua pessoa", afirma. "Em nome dos bispos e de todo o povo católico de Santa Catarina, esperamos que o Ministério Público, ficando ciente dessas agressões, se posicione ao seu favor e lhe garanta condições de segurança física."

O documento foi enviado também a várias autoridades de segurança pública do Estado. "Oramos para que o Pai ilumine as mentes de todos os envolvidos, em vista da solução justa para todos os problemas que o prezado irmão e a Igreja de Chapecó estão enfrentando", complementa Krieger.

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