quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Violência vai aumentar em Dourados, antecipa líder indígena

Mais uma vez vem à mídia a questão da segurança na Terra Indígena Dourados, onde está a maior concentração de índios no Brasil, cerca de 12.000 Guarani e Terena em uma área de 3.470 hectares, em duas aldeias.

Essa matéria, da Midiamax, de Mato Grosso do Sul, traz uma fala de um líder indígena que analisa as mortes violentas como resultado do uso de drogas e antecipa momentos mais violentos quando chegarem das usinas mais de 1.200 homens que lá trabalham, até o fim do ano.

O administrador da Funai diz que não cabe ao órgão a segurança interna das aldeias, o que é verdade. Mas os índios não aceitam a polícia civil ou militar patrulhar suas aldeias. Considera-os truculentos, o que é verdade em toda parte do Brasil. Assim, permanece o impasse e o dilema das autoridades.

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Operação Sucuri é novamente desativada em aldeias de Dourados

Paulline Carrilho, com informações do site Dourados Agora
A falta de segurança novamente assola as aldeias de Dourados. Há quase um mês, segundo lideranças indígenas, a Opearação Sucuri foi suspensa por falta de recursos. Indígenas se preocupam com os altos índices de violência nas aldeias. Segundo o cacique coordenador, Carlos Antônio Duarte, conhecido como "Piririta", as últimas ocorrências mobilizaram a comunidade que está apavorada com os casos freqüentes de homicídios, praticados com requintes de crueldade. Segundo ele a causa maior da violência está relacionada ao uso de drogas.

"Os assaltos e mortes são provocados por pessoas que geralmente são dependentes de drogas. Eles matam para comprar os entorpecentes e isso preocupa a comunidade que sofre sem segurança. Antigamente o branco matava o índio. Agora o próprio índio mata o seu irmão", disse. De acordo com o cacique, a criminalidade acontece porque os brancos ainda tem acesso no interior das reservas e levam o vício para os índios.

"A bebida e as drogas estão cada vez mais presentes na reserva e sem segurança e fiscalização a situação tende a piorar. Por mais que estamos realizando uma força-tarefa para coibir os crimes, eles continuam porque não temos estrutura. È preciso uma medida de urgência para que a polícia volte a atuar na reserva. Procuramos o Ministério Público , o governo do Estado, mas não sabemos a quem mais recorrer", disse.

Piririta lembra que a partir de agora a situação complica. "Cerca de 1.200 homens retornam das usinas no final do ano. O movimento vai aumentar e além disto, eles trazem dinheiro o que também contribui para gerar mais violência, com possíveis ataques, roubos e furtos".

Funai

Em contato com o Douradosagora o administrador executivo regional da Funai do Cone Sul, Eliezer Cardozo Louzado Cruz, disse que o órgão já está tomando providências acerca da suspensão da Operação Sucuri. Segundo ele, pouco antes do prazo da portaria encerrar foi encaminhado um documento para a presidência da Funai em Brasília cobrando providências.

"É importante ressaltar que não é de competência da Funai resolver sobre a segurança nas aldeias e sim do Estado. O nosso trabalho é um intermédio para alcançar o objetivo", disse. Segundo Eliezer ainda não há previsão do retorno da Sucuri nas aldeias mas o orgão pretende continuar com o trabalho de reivindicação.

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