Representantes dos cinco povos indígenas que vivem na Terra Indígena Raposa Serra do Sol foram convidados para assinaram uma Carta de Compromisso, perante a Funai e a Casa Civil da presidência da República, para não se envolver com a retirada dos arrozeiros daquela terra indígena. A Carta fala também em recursos que serão investidos nas comunidades indígenas e nas associações indígenas, inclusive aquelas que continuam a ser contra a retirada dos arrozeiros.
Várias matérias estão repercutindo a vinda desses representantes indígenas. É muito importante, mas um tanto ambígua. O Estado de São Paulo deixa a coisa no ar.
Esta matéria, do jornal Folha de Boa Vista, demonstra que nem tudo está tão certo quanto quer o representante da Casa Civil em Roraima.
Vamos torcer para que tudo dê certo, e que os arrozeiros sejam retirados em outubro, como parece ser o caso.
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Lula manda avião buscar indígenas
Cyneida Correa
Hoje entidades adversárias estão juntas pleiteando recursos do Governo Federal
O presidente Lula da Silva (PT) mandou ontem um avião Bandeirantes buscar em Roraima cerca de 20 representantes de entidades indígenas da Raposa Serra do Sol para discutir a liberação de recursos e aplicação em projetos de desenvolvimento.
Segundo informações da base do Governo Federal, havia a promessa de liberação de recursos para financiamentos desde que as entidades se mantivessem coesas em torno da desintrusão da Raposa Serra do Sol. "Eles foram chamados para essa reunião, onde devem ocorrer a assinatura e a liberação de recursos para financiamento na área indígena", explicou um assessor ligado diretamente ao Governo Federal, que preferiu não ser identificado.
A primeira dificuldade em manter as entidades coesas surgiu quando uma das entidades, a Sodiur (Sociedade de Defesa dos índios Unidos do Norte), que defende a permanência dos não-índios na reserva indígena, teria recebido uma proposta de R$ 200 mil em financiamentos, enquanto outra entidade, o Conselho Indígena de Roraima (CIR), teria recebido milhões em liberação. "O CIR recebeu milhões e a disputa começou", afirmou a fonte.
O presidente da Sodiur, Lauro Barbosa, negou que a viagem fosse pra decidir liberação de recursos. Segundo ele, serão apenas discutidos os projetos que vão ser desenvolvidos na área indígena.
"A gente está viajando para ver os projetos que serão aplicados nas comunidades. Mas se estão querendo que a gente concorde com a retirada de não-índios e arrozeiros, não vamos concordar. Vamos ao Governo Federal pedir que essas pessoas permaneçam na reserva. Nada sei de percentual de recursos e acho que isso não está acontecendo", disse.
A Folha não conseguiu mais contato com representantes do CIR que estavam indo na viagem ao encontro de Lula.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
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