quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Conflito interno entre os Kaxinawá de Marechal Thaumaturgo

Notícia do Acre traz briga entre famílias dos índios Kaxinawá. A preocupação é tanta que os índios vieram pedir a intervenção da Funai, do Estado e do Ministério Público para resolver o problema.

Ora, a Declaração Universal dos Direitos Indígenas sugere que o sistema de justiça dos índios é válido, se não ferir os direitos humanos. Assim, o pedido dos índios reclamantes para que os agressores sejam expulsos da sua terra e presos poderia ser diferente, se eles tivessem como criar um método próprio de sanções contra esses delitos e crimes.

Quando estive no Oiapoque vi que os índios de lá têm um sistema de sanções. Uma dessas sanções é uma espécie de exílio numa área remota de sua terra indígena, que os delituosos são obrigados a penar.

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Página 20, Rio Branco, Acre
Índios Kaxinawás entram em conflito em Marechal Thaumaturgo

Whilley Araújo

O assassinato de cinco índios kaxinawás, ocorrido recentemente nas proximidades do município de Marechal Thaumaturgo, está preocupando as autoridades indígenas da região, que temem que novos crimes sejam realizados na localidade.

Segundo Sivaldo Huni Kuin, representante da Federação do Povo Huni Kuin no Estado, o motivo dos assassinatos ainda não é conhecido, porém, ele informa que na semana passada o índio José Roberto Kaxinawá matou a tiros de espingarda o professor José Paulo (aldeia Japinin) e o agente agroflorestal indígena Flaviano Medeiros Kaxinawá.

“Após esse fato, a mulher de José Roberto e dois filhos do casal foram assassinados pela família do professor Zé Paulo, como forma de vingança contra o indígena responsável pela morte de duas pessoas”, revela Sivaldo.

A briga entre as famílias, consideradas as duas maiores daquela região, pode agravar-se ainda mais nos próximos dias, já que os parentes de José Roberto e sua mulher prometem se vingar dos culpados pela morte dos familiares.

“Por isso viemos até Rio Branco pedir que a Fundação Nacional do Índio (Funai), Assessoria Indígena do governo do Estado e Procuradoria Federal interfiram nesse conflito sangrento para evitar que novos massacres voltem a acontecer na região”, afirma Sivaldo.

José Sales Baner, representante da Associação dos Seringueiros Kaxinawá do Rio Jordão, que também é testemunha dos crimes, diz que os membros da aldeia onde aconteceram os crimes pedem que os culpados sejam punidos de acordo com o que está previsto em lei.

“Queremos que os assassinos sejam expulsos daquela terra e prestem contas com a Justiça, pois só assim conseguiremos acabar com a impunidade naquela região”, pontua.

Cerca de 400 índios, entre kaxinawás e ashininkas, residem na terra indígena onde aconteceram os recentes assassinatos.

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