No nosso Notícias Online está a matéria abaixo para quem quiser ler em sua integridade.
Chamo a atenção para dois pontos: um, a questão do uso de armas de fogo, que parece que são doadas a alguns índios pelos garimpeiros que invadem a Terra Indígena Yanomami. Dois, a natureza da briga do casal yanomami, própria dessa cultura tão interessante.
A primeira questão merece maior reflexão. Há, ainda, apesar de muito esforço da Funai, diversos garimpos na T.I. Yanomami. Em 2004 nós explodimos quatro pistas de pouso desses garimpos e retiramos uma porção deles. Mas, sempre voltam.
O garimpo de ouro nessa terra indígena tem que ser combatido de Boa Vista, que é de onde vêm as pequenas avionetas com suplementos para os garimpeiros. Porque estes vão aos garimpos a pé, mesmo.
A Polícia Federal sabe de todas as pessoas que financiam esse garimpo. Ainda não tomou coragem para dar uma devassada. Acho que está esperando o fim da Operação Raposa Serra do Sol, a retirada dos garimpeiros.
-_______________________________________
Da Agência Brasil
A briga de um casal Yanomami que vive na região de Auaris, em Roraima, na segunda-feira (3), trouxe à tona o problema da entrada de armas de fogo nas aldeias, que, de acordo com a direção da Comissão Pró-Yanomami (CCPY), é facilitada pelos garimpeiros da região.
Segundo o presidente da CCPY, Marcos Wesley, após o desentendimento com o marido, uma mulher da comunidade Katimani deixou a aldeia rumo à tribo Sanumá, onde nasceu. Ao chegar lá, foi reconduzida ao marido com a ajuda de outros indígenas de Sanumá. Naquele momento, teria havido outra discussão e foram disparados tiros, embora ninguém tenha se ferido.
"A notícia que chegou até nós foi que eles se desentenderam, por algum motivo que não sabemos, e ele bateu na mulher, que foi embora para encontrar com a família em sua aldeia de origem. Chegando lá, entretanto, o pessoal achou que deveria trazê-la de volta. Parece que nesse momento o marido não quis recebê-la e houve outra confusão, mas não sabemos exatamente o que aconteceu", conta Wesley.
Auaris está localizada na fronteira com a Venezuela, na reserva Yanomami, e abriga cerca de dois mil indígenas divididos em cerca de 30 comunidades e dois povos - os Yanomami e os Yekuana. Nessa mesma região, segundo a direção da CCPY, ocorre a prática do garimpo e o uso de armas de fogo pelos garimpeiros.
"A questão das armas nas aldeias é uma questão séria. Essas armas vêm principalmente em função do garimpo existente no local e acabam potencializando os conflitos entre os indígenas. A Funai [Fundação Nacional do Índio] precisa intervir e acabar com esse garimpo, para impedir que os índios tenham acesso às armas ".
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário