segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Guarani em reunião demandam recuperação de seu territorio antigo

Os Guarani se reuniram na última semana na Terra Indígena Caarapó, onde o CIMI, através de Antonio Brand, professor da Universidade Dom Bosco, em Campo Grande, mantém um programa de ajuda.

Reuniram-se para discutir seus problemas, e todos os problemas se resumem à falta de terras, de acordo com os seus porta-vozes. Na verdade, há muitos outros problemas, mas os Guarani sabem que discuti-los na frente de não Guarani não faz sentido. Eles não entendem ou não querem entender. Então um discurso fácil e abrangente é o que fica. Estivesse lá uma pessoa como Bartolomeu Meliá, o mais profundo conhecedor dos Guarani entre não Guarani, o debate teria outros caminhos.

Na reunião em Caarapó, o CIMI ou a OPAN trouxe um pequeno grupos de índios de outras etnias. Em geral isto é feito para reforçar o discurso e a prática do CIMI uns para os outros. Desta vez, vieram os Irantxe, da região de Braslândia e Juína, onde suas terras foram demarcadas com o parecer antropológico da OPAN, deixando outras glebas sem demarcação. Também os Irantxe querem a reavaliação de suas fronteiras.

Os Guarani têm uma vida de muitas tribulações, mas, ao mesmo tempo, de muita religiosidade. Querem a vida terrena e a vida celestial. Porém essas Ongs, ao invés de ajudar, pioram suas situações. Querem instalar enter eles o discurso simples e ações dirigidas a situações de impasse.

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Índios guaranis voltam a cobrar posse de território dos ancestrais no Sul do Estado

Agência Brasil

Os índios que convivem na região sul do Mato Grosso do Sul culpam a convivência em um pequeno espaço de terra pelos atritos existentes entre eles e pelos problemas de saúde. A indígena Teodora de Souza, de Caarapó, avalia que a falta de espaço físico não dá condições para o povo indígena se auto-sustentar.

“Vai gerando problemas de desnutrição, de doenças, violência dentro das comunidades indígenas. A gente sabe que a terra e o espaço são fundamentais para o bem-estar e para a saúde do povo. Então, sem essas condições mínimas, realmente o problema vai se agravando cada vez mais”, afirma.

Ela cobra respeito dos governos e da Justiça pelo que está assegurado na Constituição Federal. “As nossas terras foram tomadas, muitos povos foram dizimados por causa das terras. Hoje estamos vivendo e convivendo nesse pequeno espaço de terra. Então, acredito que deva haver políticas públicas adequadas para atender à necessidade da falta de terra e outras políticas necessárias que vão atender às nossas necessidades e buscar, talvez não solucionar, mas amenizar os problemas existentes nas nossas comunidades”.

O líder indígena guarani Amilton Lopes diz que é preciso fortalecer a união dos índios para retomar as terras tradicionais. “O problema que enfrentamos no Mato Grosso do Sul é que foi tomado nosso território da época de colonização e hoje acordamos para que tomemos de volta essas terras. Somos acusados de invadir as terras dos fazendeiros, mas na verdade estamos reocupando o que foi tomado de nós para deixar a herança para nossos filhos”, diz Lopes.

Manoel Kanunxi, cacique da aldeia Cravari, da etnia Irantxe, do estado do Mato Grosso, diz que os problemas fundiários sentidos pelos guaranis no Mato Grosso do Sul acontecem em todo o país. Segundo ele, 400 famílias vivem em uma reserva de 45 mil hectares na sua aldeia. “Temos outras terras, estamos lutando pelas terras tradicionais, de onde os fazendeiros, madeireiros, seringueiros nos expulsaram”.

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